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quinta-feira, 29 de maio de 2008

Mundo cruel.

Anoiteceu um frio de doer. As pernas encolhidas eram um sinal de medo; a cabeça estava lá, mas vagava por outros mundos. A companhia da solidão deixou aquele corpo ainda mais indefeso.
Já era madrugada.
O passar dos anos - naquele corpo ainda jovem - não o deixava entrar em desespero. Era preciso pensar. Tinha que haver uma saída!
Se soubesse rezar, já estaria há dias diante de Deus; mas não se dava ao luxo de acreditar em Deus - apesar de crer num milagre.
A volumosa onda de pensamentos o atormentava. Sua mente estava sem freios. Cadê a solução?
Há quatro dias não se alimentava, banho então... Como reverter este quadro? - questionava-se.
A inteligência permanecia intacta, mesmo com todas as adversidades. E ele lamentava... Ser inteligente o fazia perceber que estava acabado para o mundo, invisível.
Buscava em sua mente uma reviravolta, algo que o trouxesse de volta ao convívio humano. Mas o que faria? Continuar catando latas e papelão não seria a solução, mas por onde começar?
Estava atormentado por tantas perguntas sem respostas.
Em sua pequena mala, cheia de peças de roupas velhas e objetos particulares, havia um forro repleto de papéis. Ali, naquela mistura de pobreza e desespero, estavam guardados velhos textos e poemas de sua autoria.
Como ele gostaria de levá-los a frente, de sobreviver daquelas idéias e histórias que borbulhavam em sua mente! Mas quem ele precisaria conhecer para fazer com que suas palavras fossem ouvidas?
Antes que voltasse para este mergulho em seus pensamentos, ele juntou os papéis, as folhas rabiscadas e acendeu uma pequena fogueira.
Enquanto a fumaça o aquecia e o acalmava, concluiu que o sonho, os textos e as letras poderiam esperar.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Eu e o livro.

Minha relação com o livro começa antes de abri-lo. A aparência e a textura são muito importantes. Um livro bonito e com aspecto agradável torna-se mais convidativo à leitura. Mas não é só isso; o que seduz muitos leitores e a mim, particularmente, é o cheiro de suas páginas. Isso mesmo, o cheiro é essencial, como um perfume de uma bela mulher: atrativo!
Um livro cheiroso não é deixado de lado, permanece perto dos olhos e do nariz a todo momento. É uma sedução impressionante, feitiço que hipinotiza, conquista.

Como uma comida muito apreciada, que se saboreia pela visão e pelo olfato para só depois ser consumida; o livro, para ser completo, precisa ter conteúdo, envolver pelas histórias, pelos capítulo; transformar-se num companheiro finito, confidente de sonhos.

O bom livro é aquele que, quando vai chegando ao final, você começa a ler mais devagar, a devorá-lo aproveitando este último contato. E não tem jeito: quando se lê o último parágrafo, fecha-o e repousa-o no peito, tentando compreender a separação inevitável.

É o fim da história, é o fim da função daquele livro, que voltará para a estante a espera de um novo viajante sonhador.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Bola pro lado: Gol de letra!

Eu estava aqui descansando dos meus estudos e fui bater uma bolinha. Isso mesmo, fui jogar um futebol, só que contra o computador. Coloquei o controle, arrumei meu time - Real Madrid, o melhor! - e escolhi o adversário: Racing Santander! Pronto, resolvi a metade do problema: escolhi uma das melhores equipes do jogo e como adversário, para não estragar meu dia, o Racing Santander, que tem uma força ínfima perto do brilho dos meus Galáticos!

Para não ficar muito fácil, resolvi jogar na casa do adversário.

Eu estava tocando muito bem a bola e perdendo inúmeras chances de gol - como sempre, por sinal! Só que no contra-ataque as coisas foram piorando, quando o juiz apitou o fim do primeiro tempo, já perdia por 2X0.

A vantagem desse jogo é que você pode mudar todo o esquema tático, colocar o time para o ataque, empurrar a equipe para o lado mais frágio do adversário, além das tradicionais 3 substituições. Eu estava confiante! Coloquei Robinho, Julio Batista e Salgado. Sairam Raul, Zidane e Guti. Estava desenhando, no mínimo, um empate.

É, mas foi pior do que o esperado, faltando 5 minutos pra terminar a partida eu já estava modificando o esquema tático, colocando o time todo na defesa; afinal, aqueles 4X0 (responsabilidade do Salgado, diga-se de passagem!) eram um prenúncio de que hoje não era o meu dia.

Resolvi sair do jogo - como quem não quer nada, deixar a bola de lado e praticar um pouco a escrita. Quem sabe hoje não sairá um texto interesante?! Nem que seja um magro 1X0, com um gol de mão, aos 45 do segundo tempo.

Aí parei aqui. Vi essa página em branco e resolvi enfrentar esse adversário. Estou indo bem, mas vou parar porque vai que levo uma virada!

Duas derrotas no mesmo dia? Sem chance.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Pensamentos e nada mais.

Sempre ouvimos que precisamos administrar o tempo, administrar a vida pessoal com a profissional, administrar o tempo da prova, administrar, administrar....

Somos, por isso, levados a dosar nossa vida, não entrar de cabeça em determinados desafios que surgem e requerem atenção especial.

Quando muito, esboçamos um começo arrebatador, uma entrada estonteante; mas é só a situação surgir para olharmos com mais resignação, com mais desconfinça e mudar a maneira de encará-la.

Isso tudo na ânsia de ouvirmos uma palavra de incentivo, de apoio a essa atitude tão equilibrada, tão madura...queremos ser acolhidos pelos demais, para isso, agimos como tal.

Nada de irreverência, de ousadia, de algo novo.

Provocamos, somente, a repetição de atos socialmente perfeitos - aceitos. Somos maquininhas de nós mesmos, somos o espelho do outro que reflete nossa face. Não queremos ver o distinto, olhar e deparar com algo novo: O DESCONHECIDO!

Esse sim é assustador. Desconhecer o que vem pela frente é de arrepiar, é de fazer tremer qualquer guerreiro bem treinado.

O que fazemos então, encaramos ou fugimos do desconheido? (Cada um tem sua resposta para determinada situação).

As vezes encaro, muitas vezes eu fugo, cofesso!

Surpreendo-me a todo momento. Procuro em mim mesmo as respostas para perguntas indecifráveis.

Estou aqui, não preciso ir longe; mas como sou complexo... Em mim mesmo vejo respostas para perguntas que ainda nem existem.

Guardo-as para mim. Uma hora usarei como trunfo!

O que eu quero é ter certeza que estarei preparado.

E estou?

Pessoas pelo mundo que passaram por aqui:

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