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sábado, 28 de agosto de 2010

Voando na beca.

Depois de longos dias sem postar, voltei.

Curioso fiquei nesses últimos dias com um fenômeno que observei ao ir para Belo Horizonte de avião. Percebi (acho que não é novidade para muita gente) como o público-alvo das empresas aéreas está mudando. Claro, pensarão os amigos, tudo resultado da política de popularizar o transporte aéreo, com passagens mais baratas, vendas na internet e todos esses conceitos que já conhecemos. Antes de mais nada, aliás, quero deixar bem claro que sou completamente a favor da popularização do setor aéreo e de todos os outros serviços usados praticamente por uma classe mais elitizada. Acho perfeita essa abertura, desde que o serviço mantenha um mínimo de eficiência (minha maior preocupação com o transporte aéreo). Mas esse não é o motivo principal desse texto, deixemos essa resenha para depois...

O que me chamou a atenção mesmo foi a maneira como as pessoas tratam essa possibilidade de voar, viajar num transporte que antigamente seria financeiramente impossível. Essa relação com o novo traz aspectos interessantes. Mas hoje, particularmente, vou me prender a uma relação que chamo de: Viagem de avião merece roupa de domingo! Entenderam a relação? Vou tentar ser mais claro:

Peguei o voo do Rio para Belo Horizonte, num sábado, às 8h da manhã. Fazia um frio leve na Cidade Maravilhosa, mas eu tinha a informação de que o tempo estava bom lá pelas Alterosas. Quando cheguei no aeroporto, vestido com minha roupa de todos os dias (jeans, tênis, camisa de malha), percebi senhoras arrumadas, com batons, cabelos preparados, roupas dominicais, perfumes daqueles mais doce que mel; prontas para embarcarem no mesmo voo que eu. Esse era um fenômeno quase que total dos passageiros. O povo estava 'nos trinquis', como diriam uns mineiros - como eu. Fiquei observando esse fenômeno, enquanto éramos levados para a aeronave. Mais do que achar curioso, achei muito legal ver a alegria de pessoas que tinham essa oportunidade devido ao preço da passagem (R$ 65,00) e, claro, comentávamos como era rápido e não precisávamos ficar horas dentro de um ônibus da viação Útil ou Cometa. Essa comparação, por sinal, foi um papo que tive com duas pessoas diferentes, tudo isso em menos de duas horas, entre a espera do voo e a chegada em BH.

Mas meu entusiasmo com o fenômeno observado acho que só foi possível porque eu fazia parte daquele movimento. Sempre fui um assíduo viajante de ônibus nessas idas e vindas entre Rio-BH, mas agora... agora não, eu fazia parte daquela parcela de inclusos no movimento aéreo. Senti-me como um verdadeiro malandro, que ria baixinho daqueles que não tiveram a ideia de pesquisar o preço na internet e acabaram atravessando por terra a BR-040 por longas horas.  

Nesses pequenos momentos dos nossos dias que percebemos como as coisas mudam aos pouco, as perspectivas se alteram, vemos classes que não tinham acesso a determinada ferramenta tendo a oportunidade de usufruir um pouco mais de conforto e outras sutilezas que passam batidas no meio de nossas rotinas. 

A senhora ao meu lado não conseguia esconder o sorriso, aquele sentimento de quem está alcançando um sonho de longo tempo. Embarquei naquele sentimento e percebi o quanto pequenos momentos podem nos encantar e fazer o dia ficar melhor. Não tem como esquecer a felicidade daquela mulher, com aproximadamente 60 anos, toda produzida dominicalmente. Ela tentava entender como sua poltrona poderia ser a 21N (número e letra?).

Uma graça, parecia uma criança descobrindo o mundo. Valeu o ingresso - voltarei mais vezes, só que com meu traje de domingo.

(Imagem retirada do site: http://3.bp.blogspot.com/_K7W25PFSWig/SdT-uNKEk7I/AAAAAAAAAO0/qVP3GMd2Kjs/s400/aviacao-low-cost.jpg)

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Deixando um recado...

Tirando a poeira daqui... o ESCONDIDIN estava abandonado - coitado, mas eu estou voltando. É que estou numa correria nova, mas prometo que logo-logo volto com texto novo. Aguardem, amigos! E não deixem de se esconder por aqui, ok?


Inté mais.

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