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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O que se vê e o que se lê.

Estou cansado de assistir esses telejornais chapa-branca. Todos seguem o mesmo modelo global de passar as notícias e têm uma linha editorial para lá de comprometida com alguns interesses. O pior é ouvirmos um discurso imparcial, de um jornalismo limpo, que só é feito para retratar o que de fato acontece, sem qualquer tipo de interesse. Está bem, vá contar essa ladainha em outro terreiro, aqui não. Mas o que de fato me deixa estupefato é pelo formato único de ser. Se prestarmos atenção, parece que todos os jornais, das mais diversas emissoras, são uma cópia do JN global, uns mais parecidos, outros menos. A velocidade da notícia é a mesma, a falta de reflexão também se assemelha, enfim, um faz-de-conta com estruturas (quase) idênticas.

E a velocidade das notícias?! Já perceberam como não conseguimos fixar uma notícia sequer depois que os telejornais terminam?! Elas são feitas numa velocidade tal, com pouca duração e seguidas por outras notícias, que mal dá tempo do telespectador refletir e tentar tirar sua própria conclusão sobre o que é noticiado. O tempo na Tv é tudo. Se uma questão está sendo retratada de maneira interessante, com entrevistados que de fato acrescentam informações ao que se noticia, gerando uma discussão com vários pontos de vista, mas, se por outro lado, o tempo está chegando ao fim, tenham certeza, não há boa informação (ou discussão) que resista, o repórter será obrigado, através do ponto eletrônico, a interromper aquele momento, para o jornal não sair do seu formato quadrado. Aprofundar demais não é interessante, afinal de contas, o jornal precisa ir para o seu breve intervalo, e colocar em evidência seus anunciantes...

E o olhar crítico do jornalista que apresenta o telejornal? Quantos já não foram os casos de jornalistas que foram demitidos por fugirem ao script e opinar sobre determinado assunto?! Quem não se lembra do caso do jornalista Jorge Kajuru que, ao criticar o atual governador de Minas Gerais, Aécio Neves, antes de um jogo do Brasil contra Argentina, em Belo Horizonte, foi demitido ao vivo na Band, com o programa ainda no ar. O bem assessorado governador teria ligado para a emissora e pedido a cabeça do jornalista. Pedido feito, pedido atendido.

Kajuru, inclusive, é uma figura que tive a oportunidade de conhecer aqui na Granja Comary, em Teresópolis, em 2003. Tive o prazer de entrevistá-lo para a rádio da faculdade e ver de perto sua indignação com o fazer jornalismo no Brasil. Só como um lembrança rápida, o polêmico Kajuru, a certa altura da entrevista comparou: - O mundo do jornalismo é mais sujo que o das prostitutas, com todo respeito as prostiturtas - enfatizou. Essa frase nunca mais saiu da minha cabeça e os anos que se passaram entre universidade e experiências profissionais me fizeram perceber as coisas com outros olhos.

Enfim, amigos leitores do ESCONDIDIN, hoje não tenho paciência de ver muitos formatos "perfeitos" da impressa brasileira. Procuro me manter informado através de rádio, internet e algumas revistas que ainda contam um outro lado da história, como "Caros Amigos" e "Carta Capital". Não consigo ler uma VEJA sem perceber que ISTO É comprometida com alguns interesses. Acho que não é ÉPOCA de convivermos com um jornalismo desse tipo, onde se levanta uma bandeira sem assumi-la. Estou cansado desses formatos, mas, obviamente, respeito os que pensam diferente.

Aproveitem esse espaço para deixarem suas opiniões, concordarem e discordarem com esse blogueiro que vos escreve.

Fiquem à vontade.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Fim da linha - para a enquete.

É povo blogueiro, cá estou eu novamente. Depois de um período mergulhado na rotina dos concursos e outras cositas más, resolvi voltar para dar o ar da graça e ver como ficou a enquete depois de encerrada. [As observações que se seguem serão breves, pois esse blogueiro está com a mão direita imobilizada: cai de bicicleta por esses dias, mas deixa essa prosa pra depois,que a lembrança a torna ainda mais patética].

Como afirmei nas primeiras linhas, a enquete lançada pelo DATAESCONDERIJO chegou ao fim. Do universo dos 23 votos recebidos, a “violência nas grandes cidades” ganhou como principal preocupação daqueles que se escondem por aqui - foram 15 votos, ou 65% do total. Nenhuma surpresa em se tratando de pessoas que, em sua maioria, vivem nos grandes centros urbanos do país e já se acostumaram em viver na rotina do medo.

Outro fato que me chamou a atenção - mas não causou surpresa - nessa enquete é que somente duas pessoas votaram na eliminação da Argentina como uma preocupação. Pouco preocupados ou não, o certo é que los hermanos estarão no mundial, mesmo sendo dirigidos por um descontrolado Dieguito.

Quem também esteve na rabeira da votação, com os mesmos dois votos - ou 8% do total - foi uma brincadeira que lancei nessa enquete: Uma possível candidatura do goleiro do São Paulo, Rogério Ceni à presidência da República. Quis colocar essa opção como uma das alternativas porque acho o astro tricolor um político de marca maior, no mal sentido. Apesar de não o conhecer pessoalmente, vejo a figura como daquelas que - globalmente falando - adora fazer parte dos circos televisivos, inflamando palavras e filosofias para impressionar os impressionáveis. Acho-o uma mala, pronto. Bem, essa é uma impressão pessoal e, pelo visto, não foi compartilhada com quem votou. Tudo bem, espaço para o desencontro de idéias, encaro como uma qualidade, democracia de fato.

Mas é isso, mais cedo ou mais tarde, sem um motivo ou data especial, uma nova enquete surgirá nesse humilde e escondido blog. Espero que continuem visitando e, mais que isso, que comentem e façam um blogueiro feliz.

Deixe-me ir que o pulso direito já está reclamando...

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Divagando...

Andei contra o vento, contra tudo, contra todos. Enrijeci o rosto com uma força tremenda para continuar. Os músculos responderam cansados, mas estavam ali. Essas marcas que aparecem são os momentos da vida cravados na pele, uma tatuagem sem escolhas. Passei por ruas desertas, calmas e turbulentas. Lá no final há uma surpresa gratificante - que ainda não conheço. Precisei da ajuda de amigos, de parentes; daquelas pessoas que nos apoiamos para continuar em pé.

Mas a luta é solitária, mesmo que amparada por eles. Os passos vão fincando o registro de uma vida que se forma. Vejo crianças sonhando, brincando; curtindo um mundo maravilhosamente inexistente. Se elas soubessem como as coisas são difíceis... Deixe-as curtir esse momento único - briguei comigo - do imaginar coisas que o sonho proporciona; já vivi essa fase e, confesso, é maravilhoso.

Hoje sou um pouco mais rude, mais matemático, exato nas ações e pensamentos. Só no escrever e no amor que deixo minha alma voltar ao universo utópico. É bom desgarrar da rotina e levar você comigo nessa viagem divagadora. Com esse poder podemos imaginar um mundo mais justo, mais feliz e realizador. Nesse momento não há espaço para desigualdades, pobrezas e preconceitos. Cada um faz sua história de uma maneira milagrosamente pessoal.

E você, caro amigo leitor dessas linhas, se tivesse o poder de desenhar (escrever) seu destino, por onde começaria?


Aguardo (ansioso) seu comentário.

Pessoas pelo mundo que passaram por aqui:

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