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quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Livro: Os Botões de Napoleão.

Curiosamente comecei a ler um livro que, a princípio, não tem nada a ver com o que eu gosto. Trata-se de uma obra sobre a influência de compostos químicos no decorrer da história da humanidade. São aspectos muito curiosos, que tentam relacionar essas moléculas a fatos decisivos na construção do mundo.


"Os Botões de Napoleão - As 17 moléculas que mudaram a história", esse é o nome do livro, escrito pelos químicos Penny Le Couter e Jay Burreson. (vai uma dica de um site que vende essa obra: http://www.americanas.com.br/prod/366649/BookStore?i=1#features)


Separei um trecho que achei muito interessante, que serve como ilustração para vocês conhecerem um pouco. Lá vai: (os parêntesis são intervenções minhas, ok?)
"No século XVII, os holandeses tinham muitos navios, melhores armas, muitos homens e uma política de colonização dura. Com isso, tornaram-se os senhores do comércio de especiarias. Para se consolidarem ainda mais, os (bravos) holandeses desejavam dominar o importante comércio nas ilhas Banda, atualmente parte da Indonésia (...) Usaram de toda violência possível contra a população da ilha - inclusive escravizando alguns sobreviventes para trabalharem na produção de noz-moscada (muito apreciada na época, pois servia para espantar a peste negra) (...) (Depois disso, a única ameaça que ainda existia era a dos ingleses, que haviam assinado um tratado comercial com os chefes locais).


Em 1667, após um cerco brutal, uma invasão holandesa e mais destruição de arvoredos de noz-moscada, os ingleses assinaram o Tratado de Breda, pelo o qual abriram mão de todas as suas reivindicações sobre a ilha de Run em troca de uma declaração formal dos holandeses abdicando de seus direitos à ilha de Manhattan. Nova Amsterdã converteu-se em Nova York, e os holandeses ficaram com a noz-moscada".


Esse foi o caso que mais me chamou a atenção. Fiquei imaginando como seria hoje em dia se a ilha de Manhattan ainda fosse holandesa? Como o mundo seria constituído?
Muito interessante, não?


Recomendo a vocês esse livro. Mesmo os que não gostam de química (como eu), mas que se interessam por fatos e curiosidades que determinaram o mundo como conhecemos hoje.


Boa leitura!

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Origami de palavras.

A folha dobrou aqui em cima. Tudo bem que agora você lê no computador. Mas tudo começa com um papel e uma caneta. Nesse encontro, temperado com outros ingredientes importantes, o texto vai nascendo. E a folha dobrou...

Digo isso porque não consigo continuar a escrever com o papel assim, como uma minúscula dobradura infantil. Como terminarei o texto?

Vou desfazendo esse origami e invadindo sua superfície com palavras. Agora que conquisto espaço e inspiração, não há mais por que parar. Vou até o último pedaço, escrevo até na vertical.

Olhando de longe, parece uma loucura. Vendo de perto, também. Uma loucura ponderada, expressão de minha mente - meu treino diário.

Se reconstruisse o origami agora, formaria uma mistura descontrolada de palavras. O início do texto estaria na asa, o desenvolvimento pararia no bico e a conclusão se espalharia pelo corpo.

Seria uma incoerência atraente, provocadora de riso, mas sem produzir sentido. Faria isso várias vezes, deixando minhas idéias fora de uma ordem cronológica, caos total.

Chamaria essa criatura nova de "o anarquismo das palavras". Tudo sem ordem, sem regras, sem normas. Um desabafo, na verdade! Seria o pássaro (feito de papel) mais louco já produzido. Ele engoliria parágrafos, vírgulas e acentos. Devoraria tudo, até o sentido (tão pensado) do texto.

Depois desse vendaval revoltoso, agarraria esse pequeno ser - todo borrocado de palavras - e o atiraria no lixo. Lá ele é indefeso, não serve de inspiração para nenhuma idéia revolucionária.

A brisa volta a soprar...

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Promessa de candidato: trágico e cômico!

Como faço em quase todas as manhãs, ouvia a programação da rádio CBN quando o horário político começou. Só que dessa vez não desliguei o aparelho, pelo contrário, me prendi às promessas dos inúmeros candidatos a vereadores da cidade do Rio de Janeiro - aliás, voto aqui em Teresópolis e já tenho prefeito e vereador definidos (eu acho!).
As sucessivas promessas, que eram ditas numa velocidade impressionante, me assustaram pela falta de conteúdo, de comprometimento com algum problema da cidade (olha que estamos falando do Rio, que possui inúmeros problemas...).

A tentativa de se eleger a qualquer custo, leva os bravos postulantes a compromissos bizarros com os eleitores. Num certo momento, um bradou: - Sou o candidato tal, seu representante na Câmara, torcedor rubro-negro!
Imaginem o desespero desse homem, o tanto que precisa desse cobiçado salário. Em vez de falar de alguns problemas cariocas, resolveu apelar para a torcida do Flamengo. Pior que isso, por qual motivo um flamenguista (como eu!) votaria num vereador que será "seu representante" na Câmara? Acho que seria melhor um bom representante em campo, com a bola nos pés.

Mas esse exemplo não é solitário. Outro candidato aproveitou: - Torcedor do Botafogo, o Engenhão é do Fogão!
Ainda bem que ele sabe disso, não é verdade? Mas olha que loucura, o sujeito menciona o nome do time para tentar pescar aquele eleitor mais desatento (ou seria mais despreparado?).

Há outros casos. Uns citam uns bairros da cidade como referência, outros falam de seus feitos como ex-vereadores; mas todos prometem. E como! Passam até uma sensação de falsa segurança para o povo.
Mas sabemos que não é por aí. Na verdade, essa escolha é das mais difíceis, pois, entre as promessas e a concretização do trabalho, vai uma distância quilométrica. Como escolher o melhor candidato então?

Essa é a questão! Se alguém tiver uma resposta certeira, mande para este blogueiro, que, mesmo com o voto definido, está com um medo danado de ter sido fisgado por promessas e planos que nunca sairão do papel.

Alguém também se sente assim?

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Divagando...

Entre frases desérticas, solitárias e áridas de emoção, enxerto palavras calorosas, que pingam o néctar no que estava sem vida. Dessa mistura sai um texto doce, um pouco confuso no sabor, mas, definitivamente, carregado de sentimento.

O que se forma nesse cenário é a verdade mais atual, o suor mais recente de minha representação num texto. A quantidade de possibilidades, de infinitas palavras, torna-o um louco jogo de encontros e desencontros.

A palavra que não trouxer sentido ao que pretendo dizer, será descartada - só terá outra chance num futuro incerto. Entretanto, a que se encaixar perfeitamente no quebra-cabeça que monto, será elevada à protagonista.

E nesse jogo de empurra, escolhe, descarta; meus textos vão ganhando forma, identidade e me trazendo para dentro deles ainda mais. Quando percebo, já estou dominado, hipnotizado à procura de um fim, um alívio!

Relê-lo, muitas vezes, não faz sentido. O que foi escrito é uma pegada que vai sendo apagada pela onda. E essa água que não me deixa olhar para trás e entender o que foi feito, é a mesma que me serve de inspiração para novos caminhos.

Com isso, muitas vezes vou (meu texto que vai, na verdade!) abrindo caminhos aleatórios, construindo pegadas finitas, mas intensas. Me resta, por fim, anotar isso tudo num papel, colocar numa garrafa e atirar no mar. Seu destino é incerto e, assim como eu, será levada e definida pela direção e força das ondas.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

O que será do amanhã?

A infância parece perdida quando não há perspectiva de futuro, quando o menino de hoje não tem em mente "o que vai ser quando crescer?". E isso, de uma maneira geral, é culpa nossa.

Isso mesmo, nós de classe média, que reclamamos - de barriga cheia - da dureza da vida. Apontamos o dedo em direção a feridas expostas dos outros, como se fossemos puros e desprovidos de doenças.

Nós, que tantas vezes criticamos os corruptos políticos brasileiros, esbravejamos contra os descontrolados atos de nossos representantes, mas continuamos financiando gatos em nossa casa - seja na água, na luz, na internet, na TV a cabo, subornando policiais, entre outras irregularidades.

Com toda cara lavada, aumentamos o tom de voz para criticar a saúde brasileira, enquanto saltamos (pulos cegos!) entre mendigos jogados nas ruas de nossas cidades, enquanto sonegamos o imposto que, quem sabe, poderia financiar novos hospitais e profissionais da área.

Desligamos a TV na hora do horário político, mas não nos desligamos do horário que a programação voltará e, com ela, mais um capítulo da imperdível novela, que nos mostra - e por que não, nos promete - carrões, mansões, corpões; vazios e mais vazios de alma e conhecimento.

E, depois desse ritual, desligamos o aparelho e vamos sonhar com este glamour tão desejado, até a hora de acordar e voltar a dura e tão reclamada rotina. Neste momento, voltamos a robotizar nossos atos, a só enxergar a nós mesmos no meio da multidão, a não nos preocupar (perder nosso tempo) com os que sofrem de verdade.

Num raro momento de descanso, nos resta sonhar mais um pouco, pesquisar as prestações de bens materiais tidos como fundamentais; uma passagem na casa lotérica na tentativa de acertar os números e ganhar uns milhões; uma olhada no trânsito e uma admiração nos belos carrões - que inveja!

Assim vamos levando nossos dias e, se por acaso, a sorte sorrir e o sonho milionário se tornar realidade? Será o momento mais feliz de nossas vidas, certo? Dinheiro, bens, viagens, sorrisos, novos amigos...solidão, angústia, depressão, bebida, decepção, amargura, fundo do poço...

Parece muito pessimismo (talvez seja mesmo) de minha parte. Mas escrevo isso porque imagino que, para se construir de uma simples casa a um imenso castelo, é preciso ter uma base sólida, que aguente firme o peso da construção - além da ação do vento e de outros fenômenos. Por isso, acredito que toda essa formação de idéias consumistas atuais (trazidas, principalmente, pelos meios de comunicação de massa) atingindo mentes vazias e desprovidas de visão crítica, formarão uma mistura bombástica. E, talvez um dia, o caos será instaurado: as pessoas, na ânsia de ter sempre o novo, não irão se satisfazer, pois, o novo de hoje será ultrapassado amanhã, causando uma imensa frustração - acompanhada de inúmeras enfermidades.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Passagem da seleção por Teresópolis - e as pérolas do anão.

O professor Dunga - nosso comandante simpático, com currículo pronto para estar a frente da seleção brasileira - demonstra desespero e nervosismo na preparação da equipe, que estava concentrada aqui em Teresópolis.

Depois dos fracassos recentes - como as últimas partidas das eliminatórias e o discreto desempenho nas Olimpíadas - ele parece ousar na escalação da equipe que vai enfrentar o Chile, no próximo dia 7, em Santiago.

Toda essa ousadia inesperada, me parece um desespero de quem percebeu que pode ser demitido a qualquer momento. Digo isso por que, nos treinos realizados na Granja Comary, ele apresentou um time "super ofensivo" (para o padrão Dunga) em relação ao que vinha sendo utilizado.

Por incrível que pareça, o zangado técnico da seleção ameaça escalar o meio-campo com somente dois volantes. A ameaça (utilizo esse termo porque ainda não acredito completamente) passaria pelos seguintes jogadores: os contestados Josué e Gilberto Silva, que seriam os "pegadores" do setor; Diego; Robinho; Ronaldinho Gaúcho e Luis Fabiano no ataque.

Dito assim, o time parece assumir uma postura ofensiva, mas se tratando de Dunga...


Falta de Conhecimento

Ao ser questionado pelos repórteres na entrevista coletiva sobre qual esquema tático utilizaria no jogo de domingo, Dunga respondeu de primeira: - Que esquema tático?

Ora bolas, amigo leitor, que "esquema tático" pergunto eu?! Então deixo para vocês uma dúvida: Ele não respondeu a pergunta por que não sabe o que é esquema tático? Ou seria por que tem vergonha de admitir que esqueceu de preparar um esquema tático? Ou ainda, por que ficou nervoso com a pergunta, pois teria que revelar seu mirabolante plano para dar um nó tático nos chilenos?

Vai saber, né?


"Falta de incentivo do Governo Federal!" (coitadinho...)

Mas a pérola da semana, na minha visão, foi o desabafo de nosso simpático técnico sobre a medalha de bronze do futebol, em Pequim. Ele disse - orgulhoso de si mesmo - que o resultado nas Olimpíadas pode ser considerado bom, visto que, se comparado aos outros esportes, o futebol foi o único que não recebeu incentivo (financeiro) do governo.

Para mim, isso foi o ápice (acaba com o humor de qualquer um), o "gran final" da passagem da seleção por Teresópolis. Beira a falta de conhecimento (ou seria inteligência?) do Dunga - um esportista símbolo de uma geração campeã do Mundo.

O pobre futebol da CBF sem incentivo? O que diria então o treinador da Maurren Maggi? Ou da Natalia Falavinha? Ou os atletas do handball? Ou do tênis de mesa? É um absurdo o treinador da seleção brasileira de futebol falar isso e passar batido pelos meios de comunicação. Ninguém contesta nada, infelizmente.

Esse tipo de declaração só reforça o que já estava amadurecendo: Domingo, torcerei para o Chile, por Valdívia, Fierro e companhia. E vocês?

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

...

Depois de ler o comentário do último texto, postado pelo meu tio Assis, resolvi voltar aqui.
Reli o texto “Jogo de palavras” e percebi que, de fato, estava faltando alguma coisa. Havia um vazio, como em toda pessoa sem amor. O “amor” não estava presente e sua falta foi sentida, não só pelo meu tio, mas por mim também, afinal de contas, num universo de palavras utilizadas para um jogo, como deixar de fora o “amor”?

Mas mantendo a mesma fórmula da brincadeira, tio e amigos leitores (se é que tem mais alguém lendo este blog?!), não posso colocar a palavra “amor” no centro do jogo. Não tem jeito! Não que eu seja um cara frio, desprovido de sentimentos, que não se apegue por nada, nem ninguém. Muito pelo contrário, a questão é que, com “amor” monopolizando todas as atenções, eu não teria coragem de tirá-lo dali. Ele ficaria eternamente no centro do tabuleiro, com cadeira cativa, dono do pedaço, recebendo todos os adjetivos possíveis que, mesmo assim, não seriam o suficiente para caracterizá-lo.

Mas, imaginando que eu tivesse a coragem de colocá-lo no centro de tudo, quem se habilitaria a utilizar seus próprios adjetivos? Para mim seria até fácil, percorreira família/pai/mãe/bi e parentes, passaria por amigos, pelo meu amor/amada/amanda/natália. Cada um com seu devido espaço, com seu momento e jeito de se demonstrar. Cada um completando minha forma de ver e de estar no mundo. Cada um tão importante para mim – apesar de muitos nem perceberem. Cada um, único (desculpe a redundância) e ao mesmo tempo todos me formando e sendo formados por mim; uma brincadeira (já está o “amor’ no centro do tabuleiro, alguém se arrisca a tirá-lo de lá?) na verdade, pois nessa construção de “amor”, se brinca de viver e se ensina a sonhar.

Jogo de palavras.

Resolvi brincar com as palavras, saquei uma arma com opções diversas. Começaria com a letra "a" e seguiria o alfabeto até o fim. Mas aí não seria diversão, mas sim obrigação.

Então parti para o aleatório. Conduzi a palavra "paz" para o centro do jogo. Percebi como é utilizada de forma banal. Deixei-a de lado, substituí por "educação", mas aí me lembrei das propostas (vazias propostas, na verdade) dos políticos em campanha e deixei a "educação" de lado - eles são PHD em fazer isso.

Lembrei então da palavra "saudade", ia colocá-la no centro, mas ela é muito pesada - saudade não se explica, se sente. Passei, então, para "riso", isso mesmo. Inevitável segurá-lo, é alegre, feliz, contagiante. Ah, contagiante? Então agora é a palavra "dengue". Peguei pesado. De um extremo a outro, nada mais brasileiro.

São infinitas (sã mesmo?) as possibilidades, então, fui para o verbo "sonhar". Sonhar está no centro, e agora? Tenho certeza que cada um já está sonhando com alguma coisa... Lembrei, falei em sonho? Lá vem a palavra "dinheiro": Mesquinho, materialista, desumano...essencial!

Estou pensando em alguma palavra que termine a brincadeira de maneira sensacional. Mas não encontro... Ah, palavras no plural: quem sabe "saudades", "risos", "sonhos" "dinheiros", tudo multiplicado?! Mas aí teríamos também, "dengues", "doenças", "promessas", "eleições".... "Eleições"? Já chega, "Parei"!

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