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quarta-feira, 26 de março de 2008

"São as águas de março fechando o verão..."

O verão já se foi, e nada melhor que celebrar a chegada do outono com uma música do Tom Jobim.

"São as águas de março fechando o verão é a promessa de vida no teu coração..."


É pau é pedra
É o fim do caminho
É um resto de toco
É um pouco sozinho...

É um caco de vidro
É a vida é o sol
É a noite é a morte
É um laço é o anzol...

É peroba do campo
É o nó da madeira
Caingá, Candeia
É o matita-pereira...
É madeira de vento
Tombo da ribanceira
É um mistério profundo
É o queira ou não queira...

É o vento ventando
É o fim da ladeira
É a viga é o vão
Festa da Cumeeira...

É a chuva chovendo
É conversa ribeira
Das águas de março
É o fim da canseira...

É o pé é o chão
É a marcha estradeira
Passarinho na mão
Pedra de atiradeira...

É uma ave no céu
É uma ave no chão
É um regato é uma fonte
É um pedaço de pão...

É o fundo do poço
É o fim do caminho
No rosto um desgosto
É um pouco sozinho...

É um estrepe é um prego
É uma ponta é um ponto
É um pingo pingando
É uma conta é um conto...

É um peixe é um gesto
É uma prata brilhando
É a luz da manhã
É o tijolo chegando...

É a lenha é o dia
É o fim da picada
É a garrafa de cana
Estilhaço na estrada...

É o projeto da casa
É o corpo na cama
É o carro enguiçado
É a lama é a lama...

É um passo é uma ponte
É um sapo é uma rã
É um resto de mato
Na luz da manhã...

São as águas de março
Fechando o verão
E a promessa de vida
No teu coração...

É uma cobra é um pau
É João é José
É um espinho na mão
É um corte no pé...

São as águas de março
Fechando o verão
É a promessa de vida
No teu coração...

É pau é pedra
É o fim do caminho
É um resto de toco
É um pouco sozinho...

É um passo é uma ponte
É um sapo é uma rã
É um belo horizonte
É uma febre terçã...

São as águas de março
Fechando o verão
É a promessa de vida
No teu coração...

-Pau, -Edra, -Im, -Inho
-Esto, -Oco, -Ouco, -Inho
-Aco, -Idro, -Ida, -Ol
-Oite, -Orte, -Aço, -Zol...

São as águas de março
Fechando o verão
É a promessa de vida
No teu coração...

Tortura.

Por si só é uma palavra que nos dá arrepio. Nos leva a história recente do país, um período onde diversas pessoas sentiram na pele essa dor. Mas a tortura é muito atual, está presente não somente nos presídios e nas delegacias espalhadas pelo Brasil. Ela está dentro das casas, na relação patrão-funcionário (como no famoso caso da dona de casa, em Goiânia).

Segundo o dicionário Houaiss, tortura significa uma "dor violenta que se inflige a alguém; suplício".

Esse tipo de sofrimento nos remete a fatos do dia-a-dia. Guardado o exagero de minha parte, nos torturamos com atos de pessoas próximas e de nós mesmos. Uma simples espera pode se tornar uma tortura. Um assunto infindável também transforma o humor e a paz de um indivíduo.

Falo desse tema, em particular, para fazer uma analogia com os fatos que nos são impostos pelos meios de comunicação. Todos os dias somos bombardeados com notícias, fatos e eventos exaltantes. Você pode argumentar que o que eu leio e vejo, é o que escolho, mas será mesmo?

Acordo e busco as notícias do dia na internet. Abro um portal de um jornal e o que encontro na primeira página, em grande destaque? "Marcelo foi eliminado do BBB!" Nossa, eu nem vejo o programa, mas sei tudo que acontece.

Tudo bem, continuo minha busca por notícias de verdade. Logo embaixo da foto do ex-BBB está em letras garrafais: "Belo volta para a cadeia!" Imagino: pronto, nem encontrei ainda o link para ler a matéria desejada, mas já tenho dois assuntos extremamente desnecessários para mim, que nada me acrescentam.

Logo me pergunto: Serei eu um camarada muito velho (apesar dos meus vinte e poucos anos!), ou está tudo virado do avesso? Não é possível que seja tão normal discutirmos a rotina do Big Brother, como se aquele programa fosse a coisa mais normal do mundo!? O que se aprende vendo o BBB? Queria uma resposta! Talvez seja eu quem não entenda o que está acontecendo! Acho que nem como entretenimento ele serve, pois não faz o menor sentido você buscar diversão vendo pessoas escovando os dentes, ou depilando, ou brigando, ou chorado (num teatro forçado!), etc. Mas, continuo achando que talvez eu que não entenda os fenômenos reality shows. Deve ser isso!

E o título: "Belo volta para a cadeia?" A gente fica pensando e ponderando que realmente ele tem que pagar o erro que cometeu e tudo mais... Mas, além desse fator que liga um artista com uma questão delicada, no caso as drogas e o envolvimento com o tráfico; o que me impressiona é que não são essas as abordagens que são feitas nessas matérias. Acaba que você lê a notícia sobre o Belo, fica sabendo quem é a namorada que vai visitá-lo, que show ele tem que desmarcar por causa dessa volta repentina, qual foi a reação dos fãs ao saberem da volta do cantor à cadeia,... No entanto, o serne principal da notícia você nem lembra: A questão da pena do cantor, como e quando ele foi acusado, se ele se diz inocente ou não, como foi esse período que ele esteve longe da cadeia; entre outras questões que poderiam, de fato, ser interessantes e pertinentes. Mas não, o que interessa é a fofoca, pura e simples. FOFOCA!

Em meio a todos esses questionamentos, eu não li a notícia que originou minha navegada na rede. Só que essas minhas indagações servem como uma reflexão: para ver se sou eu que tenho que mudar, ou são as coisas do mundo - particularmente o Brasil - que precisam ser repensadas?

Eu tenho total convicção que preciso melhorar em diversas situações em relação a vários fatos.

De qualquer forma - até que alguém me prove o contrário - continuarei achando um desperdício de tempo e de conteúdo esse exagero da mídia e de seus seguidores com tamanha atenção a fatos irelevantes socialmente.

Tenho até medo de me colocar no paredão contra essa tendência do glamour e do sucesso. Seria presa fácil!

quarta-feira, 19 de março de 2008

Dificuldades...

Nesta manhã eu escolheria um tema novo, uma notícia quente, dessas que fazem surgir edições extras nos jornais e nas TVs. Abriria o dia com uma bomba, uma novidade no campo científico, uma descoberta que gerasse milhões de dólares...

Diversos assuntos que nos espantariam, nos fariam sentir como meros coadjuvantes nesse mundo inquieto. Sentir que ao redor de nossas vidas há pessoas e fatos muito mais importantes que nossa simples rotina. Assim nos renderíamos a uma simplicidade extrema, com ambições e desejos jogados pela janela.

O que nos faz sentir assim, menos importantes do que somos, são os sucessivos fracassos que acumulamos ao longo dos anos. São idéias impensadas, atitudes que geram arrependimentos, discussões tolas e infantis.

Nossa vida, como costumamos ouvir desde pequenos, é feita de vitórias e de fracassos, mas estamos, de fato, preparados para esses momentos? Acredito que não, que não somos treinados (ou seja lá qual termo devo usar) para encararmos os erros de frente, de peito aberto e com a real consciência que aquilo que fizemos está errado e deve ser modificado.

Acredito mesmo que não somos criados e socialmente adestrados para lidarmos com os nossos próprios erros. Muitas vezes os admitimos, reconhecemos nosso deslize em uma situação. Mas será que de fato estamos aceitando esse momento de erro confesso?! Sofremos muito com os fracassos! Ele pode desencadear doenças, dependências, vícios...

Realmente não estamos preparados!

O que nos alivia é saber que, mesmo com todas essas dificuldades e, mesmo sem sermos treinados durante o decorrer dos anos a lidar com os erros, não há nada melhor do que o passar dos anos para aprendermos a encarar de frente nossas maiores fraquezas.

É dentro do olho do furacão que aprendemos a dominá-lo, a acalmá-lo, a troná-lo uma brisa passageira.

A vida também é assim, pois, no final da dificuldade é que olhamos para trás e rimos com um ar incrédulo: Não foi tão difícil assim!

quinta-feira, 13 de março de 2008

Futebol na TV.

Olho para o céu escuro e percebo como a noite está bonita, daquelas dignas de cinema, um cenário perfeito. Mas insisto na minha rotina de quara-feira: paro o que estou fazendo para ver uma partida de futebol na TV. Estou a alguns quilômetros do estádio, mas, mesmo longe, não perco uma partida na telinha.

Começa o jogo: Fluminense X Resende. Longe de ser minha preferência clubística, mas não arredo pé do sofá... o jogo até que está interessante, brigado, equilibrado; cheio de possibilidades para o placar final. Mas olho para fora e percebo que quem está perdendo sou eu. Como a noite está convidativa...

Deveria desligar a televisão, chamar minha namorada e dar uma volta na cidade. Até faria isso, mas já está tarde para este tipo de passeio, fica pra outro dia.

Continuo acompanhando o jogo. Estádio vazio, sono chegando...

Acaba o primeiro tempo!

O intervalo é interminável, parece que não acaba nunca. Na verdade estou ansioso para que a partida recomece, pois ainda faltam 45 minutos de muita cochilo.

A noite vai caindo... agora o som que vem lá de fora é o do vento, somente. Não saio mais de casa, com certeza!

O jogo termina! Fico feliz, mais uma noite boleira que se foi. Nenhuma novidade no futebol, os jogos parecem os mesmos. E eu aqui, sem perder um!

Agora a TV me oferece uma infinidade de canais, com todos os tipos de programas, filmes, mais futebol.... Mas chega, já bati minha cota em frente à telinha.

Venho para o blog, escrevo um pouco, leio mais um bocado aquele livro interessante e vou dormir tarde, mais uma vez!

Então deixa eu ir, ficarei por aqui procurando o sono que me escapa!
Ah, o jogo ficou 2x2. O resultado foi justo!
Justo, como o sono dos justos.

Na Espanha.

Todos sabem das dificuldades que os brasileiros estão passando para entrar na Espanha. O governo de lá está apertando o cerco aos estrangeiros e nós, brasileiros, somos um dos mais prejudicados. Além disso, os funcionários dos aeroportos espanhóis são acusados de maus tratos. Só na semana passada dezenas de brasileiros foram deportados.
Mas se vale de consolo, duas brasileiras brilharam nessa última semana, em Valencia. Competindo no Mundial de Atletismo Indoor, Fabiana Murer levou a medalha de bronze no salto com vara e, no salto em distância, Maurren Maggi ficou com a medalha de prata.
Fica o registro!

quinta-feira, 6 de março de 2008

E se fosse o Chávez?

Fico imaginando, no meio de toda essa confusão Sulamerica, se se por acaso o presidente venezuelano Hugo Chaves fosse o responsável por ter invadido um território vizinho, como estaria o continente e o mundo nesse momento? Não estou querendo discutir a questão de quem tem razão política ou não nessa queda de braço Colômbia/Equador e Venezuela. Só fico me perguntando: E se fosse o Chávez?

A Colômbia, em meio a disputa com as Farcs, invade o território Equatoriano para realizar operações a seu bel prazer. Os Equatorianos se rebelam e, junto com eles, os Venezuelanos.

Esse é o assunto do mês na América Latina, certo?

Mas minha suposição neste blog é como seria a reação do mundo inteiro se o país de Hugo Chávez fosse o responsável pela desagradável violação?!

Como todos sabem, Chávez - mesmo com todas suas idéias extremistas - é avesso a (má)influencia Norte-Americana nos paises mais pobres, principalmente nos países da América do Sul. Ele deixa claro sua posição, inclusive com frases fortes contra os EUA. Por outro lado, temos a Colômbia de Uribe, apoiada pelo governo dos EUA, que juram ter a melhor das intenções em acabar com as forças revolucionárias colombianas, sem nenhum interesse por trás.

Aí vem essa crise latina e o governo da Colômbia assume que violou o território Equatoriano perante a OEA (Organização dos Estados Americanos); nenhuma punição é anunciada e tudo certo.

Daqui a pouco esse assunto sai da agenda dos meios de comunicação, todos irão esquecer. Mas continuo me perguntando: E se fosse o Chávez?

Não sei o que veríamos de concreto, deixo a resposta para a imaginação de cada um. Mas o panorama seria outro.

De linchamento pra baixo!

Pessoas pelo mundo que passaram por aqui:

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