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sábado, 11 de dezembro de 2010

Semestre velocidade 5.

Deve ser pelo passar dos anos, pode ser por estar envelhecendo, talvez pelo desenrolar das novidades, mas como esse segundo semestre de 2010 passou rápido. Ontem foi agosto, hoje é dezembro e amanhã....Bom, deixa amanhão pra outra dia - deixa pra amanhã.

Estava medindo essa passagem do tempo pelas fotos da minha sobrinha: Em agosto parecia ainda tão bebezinho, e agora é uma mocinha pronta pra conversar sobre muitas coisas. Uma graça!

Nossa (como dizem lá nas MG), outro dia eu tomava um trote daqueles lá na UFF, lá pelo começo de agosto e agora o semestre se vai, correndo pelos dedos. Bom que nesse correr desenfreado do relógio fazemos novos amigos, vemos novas perspectivas e percebemos que nossa vida sempre tem um novo rumo para quando a situação não está legal, quando as coisas estão estacionadas e parecem não ter outro caminho. Essa é a sensação de recomeço. As vezes nem a planejamos, as vezes queríamos que fosse diferente, mas sobrevivemos e conseguimos seguir, isso que importa....

Fico nesse texto meio sem pé nem cabeça, mas é como me sinto nesse momento, sem muito o que dizer de fato, sem muita novidade, mas querendo deixar um recado no Escondidin. Outra hora volto com um texto mais elaborado. Já-já estarei por BH, curtindo um pouco a família de lá. Então é isso, um 2011 bom demais para todos vocês escondidos nesse blog e que o Natal seja repleto de coisas boas e, principalmente, que passem ao lado das pessoas especiais - FAMÍLIA!

A gente se esconde por aqui.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Convite: Tititi da Titi.

Hoje estou chamando os amigos que se escondem por aqui para conhecerem um blog que eu e meus amigos criamos, chama-se Tititi da Titi. Titi é uma grande amiga e, com ela, já passamos por situações divertidíssimas. Contaremos alguns desses causos no blog: http://tititidatiti.blogspot.com/

Espero que gostem das histórias.

Volto em breve!

domingo, 7 de novembro de 2010

Novidades aos Noventa Anos (Isnard Horta).

Tio Isnard é um verdadeiro contador de caso, tem o dom de reunir o povo da família para ouvir suas histórias. É aquele tipo de pessoa que gosta de observar e colocar no papel as impressões. Nisso somos parecidos demais. Ele me mandou um e-mail fantástico, retratando um bate-papo na casa dos meus avós e como as novidades tecnológicas são recebidas por esses dois senhores de mais de noventa anos. Aproveitem essa prosa Isnarniana, é divertidíssima. Não deixem de comentar!


Primeiro Ato

Olhos firmes na tela onde girava o globo em aproximação constante. Costa da América do Sul. A imagem aproxima–se mais, seu rosto também: Que beleza! O mar?

Primeira parada – Milho Verde: Lindo!

Adiante, São Gonçalo, descendo até o Vau: Jequitinhonha nascendo. Enfim, Diamantina!

Então, vamos passear na rua? Vamos.

Gente, estamos andando na rua! Olha, que bonita a Rua do Carmo, casa de Elza...

Formidável, admitiu finalmente o chefe. É internet? Ela tirou a vista pela primeira vez da tela e, olhando-o devagar, deixou escapar um sorriso silencioso...

Então, vamos rodar o mundo? Vamos sim, meu filho. Quero ver mais.

Meu Deus, Praça de São Pedro? Vaticano? Podemos descer e andar também? Olha, as pessoas querem ver o Papa...

E agora... calma... Ah, Coliseu? Roma antiga!

Já fui lá. Eu, seu Redelvim, Célio... Eu sei, eu sei que você já foi. Agora me deixa ir. Mostra mais uma foto, meu filho, essa daqui. Que linda: arcos do Coliseu iluminados. Que beleza...

Fotografia... o que é a fotografia... Que espetáculo! concluiu a filha entusiasmada.

É... gostei muito. E afastando o rosto da tela, rematou decidida: Na próxima vez, quero ir à Grécia!



Segundo Ato

Blog? Não sei o que é. Internet também? Como é?

Escondidim, que gracinha... Meu Deus, é Carlinhos!

Papai, papai, volta, vem ver!

Que é isso? Uai, Tio Assis? É para Assizinho? interessante...

Ai, que saudade; saudade mesmo, minha filha...

Que bonito! lembrança de meu filho...

Todo mundo pode ver e ler?

Pode, qualquer um de qualquer lugar. Aqui: marcador indicando o lugar do mundo de onde alguém já viu.

Gente, que interessante... Como se chama mesmo? Blog.

Ah, é blog de Carlinhos. Olha só, escreve muita coisa. Olha, pode-se comentar e escrever?

Que bom...



Ato final

Formidável! Agora, vou lá em baixo, tenho muito serviço para fazer, muito negativo para mexer.

Muito bem! Gostei muito, agora vou descansar. Depois, vamos passear mais. Na Grécia, viu; na Grécia.

Quer lanchar agora, mamãe? E você, Whisky?

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Saudade do tio Assis.

Senti sua presença nessa folha em branco, tio. Talvez pela proximidade da hora do jogo do seu fluminense, mas hoje lembrei demais: Lembrei do seu excesso de confiança com seu time - sempre sendo desacreditado por mim. Lembrei de nossas conversas na casa de vó sobre futebol, sobre o seu azul cruzeiro, sobre o meu gigante rubro-negro. Lembrei de nosso papo sobre emprego, você me indicando, mostrando um novo mercado para atuar: aulas de filosofia para o segundo grau: - Faz esse curso, Carlinhos, vai sobrar vaga para esses profissionais - você afirmava apostando em uma área que eu gosto.

Engraçado, tio. Não tomei esse rumo vindo de sua bela intenção, mas hoje percebo que de certa forma meu futuro profissional está na sala de aula - em outra cadeira, na geografia. Se pudéssemos conversaríamos sobre esse meu novo rumo, numa sexta-feira lá na casa de vó. Fico imaginando nosso bate-papo, suas brincadeiras com o fato de eu estar seguindo seus passos e os da minha mãe... Seria um almoço divertido, observado por avô Assis curioso no assunto e por uma sabedoria única de vó Côca. Estenderíamos o papo sobremesa afora, caminharíamos para a sala de televisão para colocar em dia os últimos assuntos. Depois você partiria para sua casa... Esse seria mais um encontro comum, sem um grande evento para torná-lo diferenciado. Mas dessa simples sexta-feira que senti falta hoje. Não poder encontrá-lo hoje é estranho, vazio... Então a gente fica com as lembranças, muito vivas ainda, palpitando...

Sabe, queria encontrá-lo hoje, ou em qualquer dia sem data marcada - casual como em BH - mas não podemos mais. Impotência e saudade, palavras para tentar descrever esse encontro impossível.

Fico só com a inspiração (o que já é muito bom) e com os bons momentos. Esse texto é seu, ou melhor, é uma breve conversa nossa, daquelas sextas na casa de vo.

Um até logo, tio. E continue nos acompanhando daí de cima. Outra hora voltamos com mais uma sexta-feira, combinado?

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Uma noite a observar....

Já falou tantas vezes, já ouviu tantas palavras e ainda é um ser em construção. Já somou bens, amores, dívidas, realizações; mas corre para buscar o novo. Novo?

Já respirou ares de montanha, de praia, tremeu de frio, ensopou no verão, mas ainda guarda energia para um tempo que está por vir.

A música preferida já tocou, o melhor filme já foi visto só que não cansa de sonhar com a melodia pessoal, o acorde no tom perfeito.

Enquanto houver essas conquistas a serem buscadas, enquanto traçar na mente um caminho novo a ser percorrido, esse senhor a minha frente não se dará por vencido. Ele se encontra aqui, imaginariamente a minha frente, sentado a duas fileiras de poltronas, enquanto a barca rasga a Baía de Guanabara.

O vento que lhe escorre pela face é denso, quase perceptível perto dessa invisível brisa que me vem espantar o calor. A natureza é sábia, sabe como tratar os mais velhos...

A barca chega a seu destino, ele demora a levantar-se, parece querer aproveitar cada minuto, cada fração de segundo que a vida lhe proporciona. Invejo aquela calmaria, tento interiorizá-la, mas ela não é minha, ainda não faz parte do meu repertório...

Passo pelo senhor e desço as escadas apressado. Antes, porém, olho pra trás e sou recebido com um sorriso. Ele parece ler meus pensamentos. Rio constrangido e sigo meu caminho.

Me perco na loucura da multidão da cidade grande; me acho na calmaria do papel, da caneta, do mar - e eu.

sábado, 28 de agosto de 2010

Voando na beca.

Depois de longos dias sem postar, voltei.

Curioso fiquei nesses últimos dias com um fenômeno que observei ao ir para Belo Horizonte de avião. Percebi (acho que não é novidade para muita gente) como o público-alvo das empresas aéreas está mudando. Claro, pensarão os amigos, tudo resultado da política de popularizar o transporte aéreo, com passagens mais baratas, vendas na internet e todos esses conceitos que já conhecemos. Antes de mais nada, aliás, quero deixar bem claro que sou completamente a favor da popularização do setor aéreo e de todos os outros serviços usados praticamente por uma classe mais elitizada. Acho perfeita essa abertura, desde que o serviço mantenha um mínimo de eficiência (minha maior preocupação com o transporte aéreo). Mas esse não é o motivo principal desse texto, deixemos essa resenha para depois...

O que me chamou a atenção mesmo foi a maneira como as pessoas tratam essa possibilidade de voar, viajar num transporte que antigamente seria financeiramente impossível. Essa relação com o novo traz aspectos interessantes. Mas hoje, particularmente, vou me prender a uma relação que chamo de: Viagem de avião merece roupa de domingo! Entenderam a relação? Vou tentar ser mais claro:

Peguei o voo do Rio para Belo Horizonte, num sábado, às 8h da manhã. Fazia um frio leve na Cidade Maravilhosa, mas eu tinha a informação de que o tempo estava bom lá pelas Alterosas. Quando cheguei no aeroporto, vestido com minha roupa de todos os dias (jeans, tênis, camisa de malha), percebi senhoras arrumadas, com batons, cabelos preparados, roupas dominicais, perfumes daqueles mais doce que mel; prontas para embarcarem no mesmo voo que eu. Esse era um fenômeno quase que total dos passageiros. O povo estava 'nos trinquis', como diriam uns mineiros - como eu. Fiquei observando esse fenômeno, enquanto éramos levados para a aeronave. Mais do que achar curioso, achei muito legal ver a alegria de pessoas que tinham essa oportunidade devido ao preço da passagem (R$ 65,00) e, claro, comentávamos como era rápido e não precisávamos ficar horas dentro de um ônibus da viação Útil ou Cometa. Essa comparação, por sinal, foi um papo que tive com duas pessoas diferentes, tudo isso em menos de duas horas, entre a espera do voo e a chegada em BH.

Mas meu entusiasmo com o fenômeno observado acho que só foi possível porque eu fazia parte daquele movimento. Sempre fui um assíduo viajante de ônibus nessas idas e vindas entre Rio-BH, mas agora... agora não, eu fazia parte daquela parcela de inclusos no movimento aéreo. Senti-me como um verdadeiro malandro, que ria baixinho daqueles que não tiveram a ideia de pesquisar o preço na internet e acabaram atravessando por terra a BR-040 por longas horas.  

Nesses pequenos momentos dos nossos dias que percebemos como as coisas mudam aos pouco, as perspectivas se alteram, vemos classes que não tinham acesso a determinada ferramenta tendo a oportunidade de usufruir um pouco mais de conforto e outras sutilezas que passam batidas no meio de nossas rotinas. 

A senhora ao meu lado não conseguia esconder o sorriso, aquele sentimento de quem está alcançando um sonho de longo tempo. Embarquei naquele sentimento e percebi o quanto pequenos momentos podem nos encantar e fazer o dia ficar melhor. Não tem como esquecer a felicidade daquela mulher, com aproximadamente 60 anos, toda produzida dominicalmente. Ela tentava entender como sua poltrona poderia ser a 21N (número e letra?).

Uma graça, parecia uma criança descobrindo o mundo. Valeu o ingresso - voltarei mais vezes, só que com meu traje de domingo.

(Imagem retirada do site: http://3.bp.blogspot.com/_K7W25PFSWig/SdT-uNKEk7I/AAAAAAAAAO0/qVP3GMd2Kjs/s400/aviacao-low-cost.jpg)

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Deixando um recado...

Tirando a poeira daqui... o ESCONDIDIN estava abandonado - coitado, mas eu estou voltando. É que estou numa correria nova, mas prometo que logo-logo volto com texto novo. Aguardem, amigos! E não deixem de se esconder por aqui, ok?


Inté mais.

terça-feira, 13 de julho de 2010

"Passeio Socrático" (Frei Betto).

Recebi esse texto da minha prima, Carolina. Achei fantástico e resolvi 'escondê-lo' aqui. O texto é do grande Frei Betto. É o retrato do nosso mundo louco por consumo, onde até as relações interpessoais entram nesse jogo.

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FREI BETTO

"Ao viajar pelo Oriente mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos e em paz nos seus mantos cor de açafrão.

Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente.

Aquilo me fez refletir: 'Qual dos dois modelo produz felicidade?'

Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: 'Não foi à aula?' Ela respondeu: 'Não, tenho aula à tarde'. Comemorei: 'Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde'. 'Não', retrucou ela, 'tenho tanta coisa de manhã...'. 'Que tanta coisa?', perguntei. 'Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina', e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando: 'Que pena, a Daniela não disse:

'Tenho aula de meditação!'

Estamos construindo super-homens e super-mulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados. Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: 'Como estava o defunto?'. 'Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!' Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?

Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual.. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizi­nho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual. Somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. E somos também eticamente virtuais...

A palavra hoje é 'entretenimento'. Domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: 'Se tomar este refrigerante, calçar este tênis, ­usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!' O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba­ precisando de um analista. Ou de remédios.

Quem resiste, aumenta a neurose.

O grande desafio é começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental, três requisitos são indispensáveis: amizades, auto-estima, ausência de estresse.

Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping center. É curioso: a maioria dos shoppings centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingo. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...

Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno...

Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do Mc Donald...

Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: 'Estou apenas fazendo um passeio socrático. Diante de seus olhares espantados, explico: 'Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia: "ESTOU APENAS OBSERVANDO QUANTA COISA EXISTE DE QUE NÃO PRECISO PARA SER FELIZ!""

segunda-feira, 5 de julho de 2010

De plástico ou de verdade?

As vezes me sinto empoeirado, como uma planta de plástico invisível na mesa de jantar. Preciso me transformar em natureza verdadeira, receber água que garantirá a vida, ganhar cor, respirar ares de um novo viver.

A vida da planta é curta, um rápido tiro de conseqüências belas. Afinal, de que adianta viver muito se num breve existir ela exala perfume e inspira amores?! Prefere manter-se breve, mas intensa.

Plastificá-la significaria eternizá-la na mediocridade, transformá-la num infinito sem vida nem cheiro, ela não escolheria esse caminho.

Nesse mesmo devaneio, me questiono sobre esse louco dia-a-dia que nos metemos. Enlouquecemos na rotina enfadonha, tudo em nome de alguns reais que garantirão a sobrevivência. Somamos dívidas, somamos bens, sonhamos com luxos imaginativamente perfeitos. Mas esquecemos de momentos fundamentais: Assim como as plantas, precisamos criar raízes para sobreviver por mais tempo, para nos solidificar no terreno que pisamos, nas relações que mantemos e até nos sonhos que sonhamos.

Só que a raiz não fica visível. Apesar de fundamental, ela está enterrada, colocada sob a terra, escondida dos olhos dos outros. Assim é nossa vida, devemos nos preocupar com o que vai além do olho alheio, além do julgamento pela aparência física, que um dia envelhecerá e será só marca do tempo. O mais importante, ou melhor, o mais substancial está enraizado, invisível aos  olhos. Mas essa invisibilidade é o que define nossos valores, é a nossa impressão digital, o que nos encanta e nos faz ser motivo de encanto pelos outros.

Admirar alguém, ou uma planta, por exemplo, é isso. É olhar aquela pessoa e perceber o que vem além do que os olhos alcançam, é se encantar por uma beleza escondida naquele interior, é não ter uma explicação por  tamanha admiração, mas somente senti-la. Amizade é isso, amor verdadeiro também.

Afinal, quantos sentidos não são aflorados nos momentos em que estamos com a(s) pessoa(s) especial(is)? E, além daquela flor que enfeita o jardim, que recebe fleches de várias máquinas fotográficas, há outra ao lado (conseguem ver?). Essa última é muito menos exuberante, muito mais defeituosa, muito mais simples; mas, para alguns ou para alguém, ela será motivo de encanto, receberá o fleche mais importante e se transformará de um simples adereço de plástico, numa maravilhosa flor inspiradora de um grande buquê.

(Imagem retirada do site: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhluEsyoSjAOSxjkctk6sZ6XxAGVwX4yfqM_XoE47VbJax29jGD4gSR0PYvDIJPYkZ_1PatiKn0i1Ehs5CFxTshq_55g0ov9pZA78Mfu6sfGn2GpSCzB3FfbvYWF2RIeLwjT-OPbYzj0txJ/s400/flor+voa.jpg)

quinta-feira, 17 de junho de 2010

África do Sul: A cara do Brasil!

Derrotas a parte, nada mais bonito até agora nessa Copa do Mundo do que o choro do lateral Evra, da França. Ele não segurou a emoção e chorou durante a execução do hino francês, La Marselhesa. Fiquei emocionado junto com Evra, senti-me na pele do jogador e imaginei como deve ser a sensação de estar numa Copa do Mundo representando seu país. Acho que eu cairia em lágrimas. O jogo foi um detalhe, um detalhe frustrante para os franceses, na verdade, já que perderam de 2x0 para o México. 

Curioso demais como o mundo todo fica orbitando nesse evento tão fascinante. Até os menos fanáticos pelo futebol não perdem oportunidade para acompanhar seus países nas batalhas dos gramados. Particularmente, estou adorando ver uma Copa do Mundo num país africano. Melhor seria, obviamente, se eu pudesse estar presente nos estádios, presenciando a cultura, aprendendo um pouco mais com a alegria daquele povo tão sofrido. Curiosa a semelhança dos Sul-africanos com nós, brasileiros. Eles formam o país mais desenvolvido do continente africano, passam por sérios problemas de desigualdade social, mas esbanjam alegria e encantam com a receptividade com que tratam os turistas. Parece ou não com um país continental daqui da América do Sul? Seria uma prévia do que teremos por essas terras daqui a quatro anos? Veremos...

Mas será que nós, brasileiros, admitimos toda nossa semelhança com esse simpático país? Ou preferimos manter uma distância (da época do descobrimentos do país) europeia ao detectar nosso parentesco? Curiosas essa perguntas? Acharam mesmo? Pois é, essa é a minha visão sobre o discurso de grande parte da grande mídia sobre os jogos na África do Sul. Todos destacam a alegria, a vuvuzela, as seleções, mas ainda vi muito pouco sobre essa realidade tão familiar para nossos amigos da imprensa brasileira na terra de Mandela. Será que estou com uma visão distorcida? Será que estou exagerando na dose e inventando história para colocar no blog? Pode até ser, mas desde os primeiros dias da Copa que tenho sentido um certo distanciamento dos jornalistas brasileiros, como se eles estivessem num país muito pobre, muito desigual, bem diferente do "Primeiro Mundo" em que vivem. Será que todos esses problemas e desigualdades são tão distantes para eles, mesmo quando estão no Brasil? 

Quantas perguntas esperando por respostas, mas tudo isso por que minha mente está curiosa para desvendar essa impressão. Falta a nós, brasileiros, olhar um pouco pra dentro para percebermos o abismo que existe dentro do nosso próprio quintal? E o que faremos para mudar? Questões complexas, verdadeiros vespeiros, mas....Ah, tudo bem, essas complicadas questões são problemas dos políticos. Afinal, fazemos nossa parte, pagamos os impostos; e claro, é tudo culpa do Lula!

Voltemos, então, nossos olhos para a telinha: vai começar mais uma partida da África do Sul. Coitadinhos, estão jogando tão mal, serão eliminados na primeira fase? Uh, sei não, mas tem país graúdo que também não jogou nada até agora....

(Imagem retirada do site: http://farm4.static.flickr.com/3504/3730662967_15f673f1bd.jpg)

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Dica de música.

Bela Música da Ivete Sangalo: "Quando a chuva passar!"

Veja o link: http://www.youtube.com/watch?v=eBfu8f5pesM

Muito bonita a letra:

"Pra que falar?
Se você não quer me ouvir
Fugir agora não resolve nada...
Mas não vou chorar
Se você quiser partir
Às vezes a distância ajuda
E essa tempestade
Um dia vai acabar...
Só quero te lembrar
De quando a gente
Andava nas estrelas
Nas horas lindas
Que passamos juntos...
A gente só queria amar e amar
E hoje eu tenho certeza
A nossa história não
Termina agora
E essa tempestade
Um dia vai acabar...
(Refrão)
Quando a chuva passar
Quando o tempo abrir
Abra a janela
E veja: Eu sou o Sol...
Eu sou céu e mar
Eu sou seu e fim
E o meu amor é imensidão...
Oh oh oh oh
Só quero te lembrar
De quando a gente
Andava nas estrelas
Nas horas lindas
Que passamos juntos...
A gente só queria amar e amar
E hoje eu tenho certeza
A nossa história
Não termina agora
Pois essa tempestade
Um dia vai acabar...
Refrão
Quando a chuva passar
Quando o tempo abrir
Abra a janela
E veja: Eu sou o Sol...
Eu sou céu e mar
Eu sou seu e fim
E o meu amor é imensidão...(2x)
Oh! Oh! Oh! Oh!
Hey! Hey!
Oh! Oh! Oh! Oh!..."

Cara nova e a Copa.

Vocês perceberam que o ESCONDIDIN está de cara novoa? Nenhum motivo em especial, mas sim uma repaginada para manter moderno esse espaço já no seu segundo ano de vida.

Assuntos futebolísticos estão pipocando em época de Copa do Mundo, mas vou ficar minguado (na minha) por enquanto, assim como a apresentação da Seleção Brasileira. Curioso é que essa é a segunda Copa seguida que o nível técnico é muito baixo, cada pelada....Parece a continuação dos campeonatos estaduais. Vamos ver o que se apresentará daqui pra frente. Façam suas apostas!

Na coluna direita do blog tem uma enquete sobre esse novo visual do ESCONDIDIN. Não deixem de votar. Volto qualquer hora.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Metamorfose Ambulante.

Somos "uma metamorfose ambulante".

Começo citando esse tão batido e verdadeiro trecho da música de Raul Seixas para vocês entenderem o que se passa nessa mente. Entrei aqui com objetivo de dar continuidade ao texto do post anterior - "Nascendo um (nosso) texto". Mas, para minha surpresa, ao reler o início daquela história, não gostei nada do que estava escrito. Não se assustem, foi isso mesmo que vocês entenderam. O texto sobre a vida de dona Rosa, aquela senhora que tinha calafrios quando precisava mentir já não despertou nesse que vos escreve a menor vontade de ser continuado. 

Separei-me do texto: desquite, divorcio... Ele não despertou o desejo dos tão conclamados dedos inquietos. Então, para não continuar uma coisa mais ou menos, resolvi parar por aqui, com essa espécie de certidão de separação: O texto está livre para seguir o seu caminho e já não sou mais o responsável pelo sustento  do coitado. Claro, e com toda dignidade, não vou excluí-lo do blog (não se deve fazer isso nem com os erros), mas ele não me pertence mais. Agora está na praça, para que quiser continuá-lo (ou seria conquistá-lo?). Façam suas ofertas, fiquem à vontade! 

Inclusive, e para mostrar que não há rancor, podem continuar a história do infeliz nesse blog, caso queiram. Quem sabe, em suas mãos, essa minguada história não ganhe um  brilho, transformando-se num pavão. Eu que não me arriscarei. Espero voltar outra hora, com algo mais concreto, mais pronto para ser lido por todos que se escondem por aqui.

Só estou encucado com outro trecho de "Metamorfose Ambulante":  "Se hoje eu te odeio, amanhã lhe tenho amor!". Será, ó texto infeliz?

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Nascendo um (nosso) texto...

- Diga que saí, não atenderei ninguém hoje - disse, fechando a porta do escritório.
- Aí, aí, aí, lá vou eu ter que mentir de novo; não nasci para isso - pensou a funcionária, desanimada...
Tudo bem que era só uma mentirinha boba, dessas que falamos aos montes durante um dia, mas para ela era muito. Rosa era assim, dessas senhorinhas de aparência agradável, cara de avó maternal, e de um coração enorme. Tinha - como todos seres de carne e osso - lá seus defeitos, mas mentir era uma tarefa árdua, "um exercício só admitido em casos profissionais" - costumava dizer ao marido

Sentou em sua cadeira, abriu a agenda para atualizar algumas visitas, quando o telefone tocou:
- Escritório Silva Jardim, boa tarde - disse uma concentrada Rosa.
- Boa tarde, senhora, por favor, poderia falar com a Doutora Fátima? - perguntou uma voz desconhecida.
- Doutora Fátima - repetiu Rosa, tentando ganhar tempo - sinto muito, mas ela não se encontra. O senhor quer deixar algum recado?
- Hum, eu precisava muito falar com ela, é urgente! - enfatizou.
Rosa ficou muda, colocou a mão esquerda sobre a testa e fixou o olhar na porta da sala da Doutora Fátima. "E agora, meu Deus, - pensou, indecisa - O que eu faço?".

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Bom, caros amigos, essa história invadiu-me e precisa de uma continuação, ou um desfecho. Só que, dessa vez, quero que vocês me ajudem a redigir essa simples vida da dona Rosa e suas atitudes. Vamos lá, deixem seus pitacos nos comentários. Como continua a história? O que fará Rosa? Hein? Hein? Aguardo a opinião dos amigos para dar continuidade ao nosso conto. Vamos lá!

domingo, 30 de maio de 2010

Chapinha na mochila.

É amigos, não estranhem o título do post de hoje, é isso mesmo que vocês leram: Chapinha na mochila. 

Os anos vão passando, vamos envelhecendo e ficamos, cada dia mais, surpresos com as novidades da molecada. Outro dia eu voltava para minha casa do cursinho, de ônibus e, para variar e pelo tenso horário, o ônibus estava lotado de crianças indo para suas escolas. Fiquei ali na minha, sentado no fundão, mas só prestando atenção na conversa de duas meninas que aparentavam ter, no máximo, quinze anos. Uma delas, a mais bonitinha - mas bem metidinha (desculpem o pré-conceito, mas não consigo definir de outra maneira) - portava uma mochila enorme, quase do tamanho dela, e socada de objetos que (imaginei) fossem material de escola. 

Até aí tudo normal, papos de criança mesmo, coisas sobre os meninos da sala, sobre o celular novo..., até que a figurinha brada com todo pulmão: - Trouxe minha chapinha na mochila. Vou aproveitar que a gente vai chegar um pouco mais cedo para arrumar o cabelo no banheiro da escola.
- O que? - perguntei para mim mesmo. Fiquei assustado com o desenrolar da conversa: As duas ali, na maior naturalidade falando da esperteza de uma estar portando a tão sonhada chapinha de cabelo. Como as coisas estão mudadas!!

Tentei puxar na minha memória o tempo que eu tinha quinze anos. Puxa, minha vida se restringia ao colégio, muito futebol e umas (não muitas) paqueradas na escola. Até as meninas da minha sala, já se assanhando pela prenúncio de uma adolescência, não tinham aquele comportamento tão fútil, tão sem conteúdo, tão vazio.

Tudo bem, uns podem me chamar de velho, de conservador e até de preconceituoso, mas, para mim, não é algo natural uma criança de quinze anos levar chapinha para a escola. Vejam, caros amigos, como os valores estão distorcidos! Que adulto se tornará essa menina? Que importância ela dará a sua família, seu trabalho, seus amigos? Será ela uma vítima do nosso mundo cego pelo consumo, onde o que serve e quem serve é aquele que pode ter as coisas, ou parecer ter as coisas? 

Essas perguntas invadiram minha mente quando desci no meu ponto. Olhei com certa pena aquela menina indo embora dentro do ônibus. Fiquei pensando nos pais dela, no que ela tem, de fato como algo a ser valorizado na vida. Será exagero meu, meus caros?

Tive muita vontade de conversar com ela, perguntar o que de fato ela acha relevante? Qual a escala de importância em ter um celular de ponta, e cultivar uma amizade verdadeira?! Mas, claro, ainda não cheguei nesse estágio de insanidade. Fiquei assustado, confesso! As coisas materiais e os relacionamentos descartáveis estão tomando lugar de laços de verdade. Tudo se resume a nossa (horrível) lógica do consumo: - Compramos o aparelho mais moderno para sermos reconhecidos como parte de um grupo e utilizamos aquele objeto até que ele perca seu status. Em seguida, descartamos o aparelho substituindo-o por outro. 

Essa é a lógica do consumo! O pior, no entanto, é quando essa lógica começa a valer também para as relações pessoais: - Utilizamos (as vezes de forma inconsciente) a pessoa (ou grupo de pessoas) até achar outra (outras) mais interessante(s), descartamos a anterior e entramos novamente nesse triste ciclo de relações superficiais. E assim vamos descartando, não só os relacionamentos, como também nossas próprias vidas. E experiências verdadeiras e marcantes deixam de ser vividas, tudo em nome dessa futilidade contagiante.

(Imagem retirada do site: http://www.jjcabeleireiros.com.br/uploaded_images/chapinha-cabelo-taiff-760987.jpg)

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Dando o recado.

Bom povo, como vocês podem perceber, o Escondidin está parado desde o dia 9 de maio (último post). O fato é que ando muito atolado com estudos e outros projetos. Mas não esqueci de vocês, muito menos desse espaço tão cativo desses dedos inquietos. Logo-logo volto a dar um recado por essas bandas e aguardarei, como sempre, os comentários de todos.

Então é isso, a Copa do Mundo se aproxima. Vamos ficar de olho na Seleção Brasileira, comandada pelo "simpático" (ah, não) Dunga.

Fiquem à vontade para comentar.

domingo, 9 de maio de 2010

Mais do mesmo: CB (Campeonato Brasileiro) 2010. (Emílio Lanna)

Hoje que dá o recado é o meu grande amigo Emílio Lanna.
 
E começou mais um ano de futebol brasileiro. O futebol maroto, o futebol moleque, o futebol que dá gosto de ver. Dá gosto? Eu particularmente continuo achando o Campeonato Brasileiro um campeonato bastante interessante. Não aqueles enlatados ingleses onde o gol só acontece de cabeça ou após um pique de um ótimo e muitíssimo bem pago atleta. No Brasil ainda residem os jogadores de futebol, e não os atletas de futebol. Mas não é sobre isso que eu quero falar.

Quero falar sobre essa estrutura que vem sendo o CB há alguns anos. Campeonato de pontos corridos. Eu particularmente gosto e acho justo um campeonato organizado dessa forma. Esse tipo de campeonato premia o time mais constante e não o que cresce no momento da decisão. E nesse tipo de campeonato, cada ponto é um ponto importante. Cada empate que o time consegue fora de casa vai fazer diferença lá pra dezembro, quando estarão separando os times que vão pra Libertadores, Sulamericana, os que não fedem nem cheiram e os que vão amargurar a segunda divisão em 2011. E se preparem pra ouvir as reclamações de que o roubo do juíz influenciou no resultado e meu time não vai mais disputar a libertadores. Aquele time ta comprando os resultados. O meu time esteve focado em outra competição.


E é exatamente onde eu queria chegar. Primeira rodada começou hoje. Pelo que eu sei, São Paulo, Flamengo, Cruzeiro, Internacional, Santos, Grêmio e provavelmente mais alguns times estão jogando com times "mixtos" e será assim até eles terminarem as outras competições. Ai depois a torcida e os jogadores ficam se perguntando, cadê aquele ponto que tá faltando pra gente chegar ao título? Foi perdido agora no começo!!! Taí a resposta! Campeonato de pontos corridos começa no primeiro jogo. Os times e os torcedores brasileiros tem que se acostumar com isso. 3 pontos nesse fim de semana são mais do que o suficiente para colocar  um time na libertadores ou dar o título pra eles.


Abraços a todos!

Voltamos a nos falar em Dezembro, quando eu provavelmente vou dizer: "Eu falei... eu falei..." hahahah

(Emílio Lanna).

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Um ex-texto e a postagem 150.


Povo, sem brincadeira, acabei de apagar um texto gigante (5 parágrafos), desses enormes mesmos, que nos assustam na hora de reler. Mas sei lá, não fazia muito sentido, estava mal escrito, confuso. Então apaguei. Eu falava da capacidade de fazer muitas coisas ao mesmo tempo e blá-blá,blá... Mas não sei se é por que hoje é sexta-feira, ou  por qualquer outro motivo, sei que apaguei as várias palavras que formavam aquele monstro - criado por mim, confesso!

Então, para não perder o tempo de ninguém, e para não fazer que vocês fiquem lendo algo sobre uma coisa que vocês não leram (confuso isso, hein?), resolvi terminar por aqui mesmo. Peço licença aos nobres leitores e vou por ali para tomar uma cerveja com um amigo. Pronto, tudo em pratos limpos, sem texto mal escrito, sem enrolação. Um brinde aos amigos e um ótimo fim de semana, principalmente para as mães!

Ah, só para não passar batido, esse é o post de número 150! O que isso significa?

Sei lá, acho que nada - mas mantenho o brinde assim mesmo!

Até a próxima.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Libertadores e o pitaco dos leitores.

No universo dos quinze leitores que se escondem por aqui, vocês podem perceber como ficou a votação sobre qual time brasileiro terá mais sucesso na Libertadores?! Flamengo, Cruzeiro e São Paulo levaram vantagem, com 4 votos cada; contra 2 votos para o Corinthians e 1 para o Internacional.

Como todos sabem, só o Corinthians já não luta mais pelo título sulamericano, após a eliminação diante do Flamengo - o Internacional acabou de se classificar. Agora é ver como será a sequência da competição...

Gostei muito, porque a enquete ficou por sete dias no blog e recebeu uma média de, aproximadamente, 2 votos por dia - o que é um luxo para esse modesto blog.

Daqui a pouco trago novas enquetes e também aceito sugestões dos amigos.

Ah, e claro, quando menos se esperar, um novo texto virá se acomodar por essas bandas.

Até mais e comentem à vontade.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

...crescendo...

É curioso constatar como o amadurecimento é um caminho sem volta. Mas digo isso no sentido mais positivo do termo. Tirar lições de momentos difíceis, aprender com os problemas e percalços que a vida nos apresenta é inevitável e essencial para o crescimento.

Curioso: as vezes, no meio do olho do furacão, sofrendo por qualquer problema é que nos deparamos com forças interiores que, muitas vezes, jurávamos não ter. Esses momentos agudos de dor - as vezes durando algumas semanas ou meses - nos trazem lições mais definitivas do que anos vivendo na normalidade, com poucos obstáculos; tudo “controlado”.

E vamos aprendendo e amadurecendo sem perceber muito bem. O lado de dentro do ser humano vai sendo mudado pelos acontecimentos e, muitas vezes, não temos tempo (ou não queremos) para enxergar essas mudanças.

Lógico que seria mais fácil aprender as mesmas coisas nos momentos bons, como que nos alertando que não precisamos da dor para aprender isso tudo. Mas não, isso é impossível... Nas dificuldades é que lutamos fortemente para manter a rotina mais simples, para continuarmos olhando adiante para aquela luz que não se apaga.

O que se leva disso tudo? Nosso passado é definitivo, mas nosso presente e nosso futuro dependem dos passos que damos. E, para aqueles que acreditam em Deus (algo maior), como eu, há coisas no mundo que só Ele pode explicar. Mas, é claro, que as chaves do futuro também dependem das nossas escolhas.

Além disso, e para encerrar nosso bate-papo, como é bom ter amigos nesses momentos de dor. Eles funcionam como grandes molas de incentivo, não nos deixando ir ao chão, mesmo quando parece inevitável. Quem tem amigos de verdade entende essa relação (nisso eu sou um sortudo!). É dedicação - cada um de sua maneira - para toda hora.

E, como diz a música Mar de Gente, do Rappa:

“Brindo a casa,
Brindo a vida,
Meus amores,
Minha família”.

Amigos que se escondem por aqui, não deixem de comentar.


(Imagem retirada do site: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3-ob-xgjgSPaBTN11AulllvsHs_P-JfJGqlIZefepopJmGAQ5k4a3MUa2GjDteK3vtUvta01r80xUKyAa2xTqyPgsDmKwNrp_kr9E2PTeMzFUKZZHLuGPttG87TOGyIvYbEbX_2umlGc/s660/corrente-amizade.jpg)

segunda-feira, 26 de abril de 2010

"Há Momentos".

Abrindo alas para Clarice Lispector... Vejam que belo texto:

Há momentos

“Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar esta pessoa de nossos sonhos e abraçá-la. Sonhe com aquilo que você quiser. Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida e nela só se tem uma chance de fazer aquilo que se quer. Tenha felicidade bastante para fazê-la doce. Dificuldades para fazê-la forte. Tristeza para fazê-la humana. E esperança suficiente para fazê-la feliz. As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas. Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos. A felicidade aparece para aqueles que choram. Para aqueles que se machucam. Para aqueles que buscam e tentam sempre. E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas. O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido. Você só terá sucesso na vida quando perdoar os erros e as decepções do passado. A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade. A vida não é de se brincar porque um belo dia se morre".

Bela reflexão, não?


(Texto retirado do blog da Grabiella: http://gabriella-beth-invitti.blogspot.com/)

segunda-feira, 19 de abril de 2010

O que estou ouvindo 2?

Músicas não param de tocar no meu computador, no meu mp3 e na minha mente. Por isso fiz mais esse post do que estou ouvindo!? Hoje vou de uma música do Marcelo D2, chamada "Dor de Verdade". A música tem muito a ver com o momento da minha vida - quem me conhece sabe muito bem - e faz parte das fases inevitáveis que passamos. A versão de "Dor de Verdade" é muito interessante porque junta D2 com Arlindo Cruz e Zeca Pagodinho. Tem uma parte que acho sensacional:

"É que Deus fez a cabeça
Em cima do coração
Para que o sentimento não ultrapasse a razão
A saudade é de fato
A dor mais triste desse mundo,
Dói no coração pacato,
No coração vagabundo."

(Bom, caros amios, segue o link para o clipe da música e a letra está logo embaixo: http://www.youtube.com/watch?v=kTU9iv9YQu4)

Dor de Verdade
"Esse beat aqui oh!
Dá pra rimar sobre sobre tudo
Sobre rap, samba, passado, futuro
Sobre amor ou até sobre maldade,
Mas nesse aqui vamos falar é de saudade.
Eu disse vamos porque eu não tô sozinho
Tá comigo Arlindo Cruz e Zeca Pagodinho.

Tá vendo que maldade
Que a saudade fez comigo
Me deu como castigo a solidão,
Me fez chorar.
Ela sabe muito bem
Que sem amor corro perigo
Por isso que eu lhe digo:
A saudade é muito má.

Saudade! Saudade!
Hoje eu posso dizer o que é dor de verdade! (2x)

A saudade não tem pena,
Não tem dó nem compaixão,
Não perdoa só condena,
A saudade é uma prisão.
A saudade é uma praga
Que o rosto não disfarça.
Passam dores, passam mágoas,
Mas a saudade não passa.

Saudade! Saudade!
Hoje eu posso dizer o que é dor de verdade! (2x)

É que Deus fez a cabeça
Em cima do coração
Para que o sentimento não ultrapasse a razão
A saudade é de fato
A dor mais triste desse mundo,
Dói no coração pacato,
No coração vagabundo.

Saudade! Saudade!
Hoje eu posso dizer o que é dor de verdade! (2x)

Tava com saudade de mim?
Tô aqui de novo
Misturando rap com samba
Só mais um pouco
E vou tá pronto pro que der e vier.
Dói no coração malandro,
No coração de mané.
Do tempo que D2 jogava no Andaraí
Saudade do que eu vivi,
Saudade do que eu nem vi.
Quem nunca se sentiu sozinho?
Não importa a idade.
Que já sentiu pode dizer
O que é dor de verdade.
Não tem pena, não tem dó nem compaixão.
Só condena a saudade.
É uma ilusão dos versos de Arlindo e do Zeca.
Tô com saudade,
Quanto mais tempo mais camaradagem.

Saudade! Saudade!
Hoje eu posso dizer o que é dor de verdade! (2x)"

domingo, 18 de abril de 2010

Salada

Meu Flamengo perdeu o título do carioca hoje. Estranho, há três anos eu via meu time fazer a festa sobre o Botafogo. Mas, claro, faz parte do futebol, coisas do esporte...

No entanto, meus caros amigos, abri essa página para conversarmos sobre outros assuntos... Espera um minuto que vou na cozinha pegar uma água....

Pronto, voltei! Demorei um pouco porque minha sobrinha me chamou para dar boa noite. Ela estava toda séria, falando pelos cotovelos, vai demorar para pegar no sono - como sempre!

Mas, enfim, estou aqui por essas páginas "malacabadas". Domingo é um dia atípico, não que seja um dia ruim, mas é muito diferente dos outros seis que completam a semana. Não sei explicar o porquê e nem tentarei entrar por essa seara filosófica. Só estou constatando o fato.

Sei que estou meio partido, falando aleatoriamente de diversas coisas, mas não estou enrolando ninguém, certo? A internet e suas ferramentas nos proporcionam isso: Se o texto está chato, mete bronca e fecha a página, tem muito link interessante por aí.

Estou rachando de rir aqui do povo do Pânico, na Redetv. Programa meio sem noção, mas o melhor programa para um domingo à noite, regado de Fantástico e outros programas nada interessantes da televisão brasileira. Pelo menos me divirto um pouco.

Mas, seguindo...uma igreja evangélica está a todo vapor aqui perto de casa, ouço a bateria, e o povo todo cantando. Fé em Deus, sem preconceito - cada um na sua.

Engraçado - atravessando mais um assunto - que sempre acompanho a Fórmula 1, mas esse ano está difícil. Os horários não estão ajudando, o mundial ainda não começou para mim.

Estão falando por aí que o mundo acabará em 2012, por causa daquele filme e tudo mais. Não acredito nessas profecias não, mas do jeito que as coisas andam, com tantos desastres naturais... Sei lá, 2012 está chegando...

Essa salada de hoje foi só um pequeno aperitivo dominical. Qualquer hora volto com novo texto. Boa semana para todos!


(Imagem tirada do site: http://www.nominuto.com/_resources/files/_modules/files/files_11574_200901292034275d96.jpg)

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Caminhando e sonhando...

Ações simultâneas nos acometem... Trevo de quatro folhas no bolso e vou caminhando... Vou lento, vou rápido, mas vou. De repente, através dos olhos úmidos, me deparo comigo mesmo atravessando a rua. Isso, uma cópia idêntica. Cópia não, sou eu mesmo em todos os sentidos. Como é curioso me ver vivendo... A roupa, o jeito de andar, as expressões, a coceira na cabeça; tudo ali na minha frente. Divirto-me com essa sensação. Tento provocar um encontro entre nós dois. "Nós" porque essa palavra é de primeira pessoa e, mesmo sendo dois, sou um só.

Confusão, um nó na cabeça de todos. Mas o encontro está aí. É bom perceber que faço parte da massa que anda rápida e individualmente em seu destino. Uns de óculos, outros, sem; uns com fones no ouvido, outros falando ao celular e eu, caminhando... Fiquei curioso e comecei a me seguir. Aonde iria esse sujeito tão próximo? O destino é o que menos interessava, o trajeto e o fazer o caminho era o que instigava.

Caminhei sorrateiro com medo de ser descoberto por mim mesmo. Orgulhei da gentileza que oferecia a uma senhora que atravessava com dificuldade a rua. - Eitâ homem bom, gente. Mas percebi "um quê" de preocupação em mim. Uma ruga forçada na testa, daquele franzir de quem está com algo (geralmente não muito bom) em mente. - Já vem a ansiedade me atacar novamente - pensei com meus botões. Mas não podia saber o que era. O negócio era caminhar, seguir...

Acordei todo suado. Olhei para o lado e vi o celular despertando (hoje em dia celular desperta e relógio faz ligação. Coisas da modernidade...). Não havia ninguém no meu quarto, muito menos um outro "eu" me observando. Não passou de um sonho. Ri de mim mesmo, ri do fato de me procurar no meu quarto e lamentei não ter ido até o final naquele sonho. Mas as vezes é melhor assim, deixa a mente vagar por esses campos da imaginação (parece até samba!). Levantei, tomei um banho e comecei o dia.

Ao sair de casa vi um sujeito parecido comigo. Tudo bem que nem parecia tanto, mas a clareza do sonho despertou novamente. Ele entrou no carro e seguiu seu caminho. Fiquei imaginando como seria a vida daquele sujeito. Pronto, enquanto o ônibus parava para eu entrar, eu já estava sonhando, só que agora acordado.



(Imagem retirada do site: http://nosasvoltascomahistoria.files.wordpress.com/2007/06/trevo.jpg)

segunda-feira, 12 de abril de 2010

O que estou ouvindo?

Fugindo um pouco da linha desse blog, mas aproveitando que tenho falado - e principalmente ouvido - muita música, resolvi postar uma letra de uma música que tem dominado meu mp3 ultimamente. Acho que a maioria conhece: chama-se I'Yours, do Jason Mraz. Bom, hoje fica essa dica. Logo-logo posto outro texto.

(link para o clipe da música: http://www.youtube.com/watch?v=EkHTsc9PU2A)

I'm Yours

"Well you done done me and you bet I felt it
I tried to be chill but you're so hot that I melted
I fell right through the cracks, now I'm trying to get back

Before the cool done run out, I'll be giving it my bestest
And nothing's going to stop me but divine intervention
I reckon it's again my turn to win some or learn some

I won't hesitate no more, no more
It cannot wait, I'm yours

Well open up your mind and see like me
Open up your plans and damn you're free
Look into your heart and you'll find love love love

Listen to the music of the moment people dance and sing
I love peace from melody
It's your God-forsaken right to be loved love loved love
loved

So I won't hesitate no more, no more
It cannot wait, I'm sure
There's no need to complicate, our time is short
This is our fate, I'm yours

I've been spending way too long checking my tongue in the mirror
And bending over backwards just to try to see it clearer
My breath fogged up the glass
And so I drew a new face and I laughed

I guess what I'm saying is there ain't no better reason
To rid yourself of vanity and just go with the seasons
It's what we aim to do, our name is our virtue

I won't hesitate no more, no more
It cannot wait, I'm sure
There's no need to complicate, our time is short
It cannot wait, I'm yours
I won't hesitate no more, no more
It cannot wait, I'm sure
There's no need to complicate, our time is short
This is our fate, I'm yours

Well open up your mind and see like me
Open up your plans and damn you're free
Look into your heart and you'll find that the sky is yours

Please don't, please don't, please don't
There's no need to complicate
Cause our time is short
This oh this this is out fate, I'm yours!"

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Divagando 2...

Dos versos que tracei na mente, inclui algumas letras e palavras imperdoáveis, daquelas que não podemos deixar de mencionar, taticamente perfeitas, uma marca de minha escrita. Já percebi isso, confesso. Sou refém de algumas amigas contidas em dicionários verdadeiros e imaginários....

Tento sentir agora o que meu comando mais aleatório quer enviar a esses inquietos dedos...Tento tratar-me como música, uma sucessão de acordes que já pareceram nascer um para o outro, perfeitos, cadenciados... Então sou essa infinidade de sentimentos, como tudo que a música é capaz de nos atingir, fazer lembrar aquela pessoa, remeter ao passado, viagens, cheiros, e etcs maravilhosos.... Humm, que convite. (Só por curiosidade, ouço Jack Johnson nesse momento...)

Nessa brincadeira de colocar meus instintos nesse "papel" eletrônico, evito censurar sentimentos que se extravasam aos milhares. É difícil, pois a todo momento pensamos nas consequências, pesamos as palavras, as atitudes e até as reações faciais. Por isso, falseio por esses campos, mas é um falsear tão verdadeiro, tão humano, que quase passa por verdade absoluta. Nesse momento do falsear a verdade, sou o mais verdadeiro dos homens mentirosos.

Acabo de apagar linhas que falavam de amor. Linhas não, parágrafo inteiro. Pronto, entreguei de bandeja mais esse assunto tocante, que bate na alma, coração, estômago, e outros instintos mais do que reais e verdadeiros. Mas era um parágrafo tão meu que resolvi guardar para mim, vocês não sentirão falta. Continuemos sentindo meus espasmos no teclado....

Acabo de chegar de uma corrida. Mais uma vez corri trinta e cinco minutos, de agasalho, contra uma chuvinha fina típica de Teresópolis. Interessante como o vento gelado e a água escorrendo pelo rosto são um horripilante combustível para continuar em frente... Divaguei ouvindo música (mais uma vez. E como tenho ouvido música ultimamente...) enquanto trocava passos pelas vazias ruas da cidade. Era percebido de perto por poucos carros que passavam apressados, mas atentos aos meus passos. Senti-me seguido, ou melhor, escoltado. Troquei o estilo da música para um bom samba e aumentei o volume. Pronto! Os carros mudaram suas atitudes, continuaram passando, mas agora eles não me observavam de forma tão constrangedora. E eu mergulhado nas batidas do pandeiro; passos firmes, na cadência....

Chega, estou ultrapassando os limites do normal (o que é normal?). Vou colocar os pés no chão, desligar o som e ler um pouco dessas folhas aqui, loucas para serem devoradas.


(Imagem retirada do site: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZjEoJ-LLkrUHuu2rQwTdplf7inuprpDAjYB9RX4GZ9yzryY_094FSf04BKjGIX73XVqzMun2jFHuvUfyqHK_8-wNdVhTWkry-AQ4JHXb_r2Splm2NpRvw5MEgJ4Clty0SL_A21VtdF9no/s400/aaaa_garoa)

terça-feira, 30 de março de 2010

Páginas amarelas.

Abri o livro, mas não li as palavras. Comecei a colocar minha história naquele imenso recanto das idéias. Passei por páginas que retratavam um passado amargo, feliz e meu. Saltei folhas em busca de respostas para o futuro, mas essas, diferentemente do livro original, estavam em branco. Claro, o que nos aguarda não pode estar pronto, visto que não se conhece. Peguei a caneta e ameacei traçar meu futuro com minhas próprias mãos, mas percebi a tolice de tal gesto. Escolhi o recolhimento, o reviver os momentos passados. Voltei muitas páginas e fui no começo de tudo. Eu estava ali, descrito do início, do primeiro choro, a primeira palavra... Troquei uma forte relação com aquele objeto tão... tão meu. Percebi que com o passar das páginas, eu ia envelhecendo junto com o amarelar do papel. Gostei do cheiro de velho, o aroma da experiência mostrando que o caminho passado está registrado, mas é preciso tocar as novas folhas a serem escritas.
Sorri como sempre fiz nessa trajetória, mesmo nos momentos difíceis achei lacunas e espaços para ser feliz. Interessante como muitas pessoas estão tatuadas nessas linhas, pessoas que ainda fazem parte do meu hoje e muitas, não menos especiais, que já não estão no convívio. Olhei pra frente e percebi que uma pequena criança me observava. Ela é pequena, tem uns dois anos e ainda não sabe o valor dessa minha história. Tentei imaginar páginas tão novas desse ser tão novo para o mundo. Quantas páginas já terá escrito?
Perguntas e devaneios me trouxeram para esse mundo. Conto essa minha história com meu álbum de infância aqui ao lado. Não é um livro, não têm linhas, nem páginas numeradas. Mas o amarelo das fotos está ali, junto com o cheiro do tempo que se foi e com as páginas em branco esperando novos retratos....

quinta-feira, 18 de março de 2010

Espaço Cultural Praça da Liberdade - Belo Horizonte/MG (por Rafael Horta).

Caros amigos!

Finalmente nossa cidade receberá um espaço cultural e promete ser muito interessante. No final do ano passado fui em uma exposição na própria praça que mostrava como seria o Espaço Cultural Praça da Liberdade. O projeto recebeu influência de vários centros culturais que existem pelo mundo e está sendo realizado em parceria com empresas privadas. No domingo teremos várias atrações, como os shows dos artistas mineiros descritos na reportagem abaixo e inauguração dos dois primeiros espaços.

Quando morei no Rio em 2007/2008, percebi o "abismo" cultural que existe entre estas duas cidades. No Rio a valorização para teatros, shows, exposições, livros, músicas é muito maior que aqui, isso por um lado me deixou encantado com a cidade mas por outro me deixou um pouco triste pela cidade que moramos, com minha ida à Europa ano passado vi um contraste ainda maior sob este aspecto.

Como cidadãos belorizontinos temos sim que apoiar, incentivar e cuidar para que o espaço não seja apenas uma "propaganda" das empresas que estão financiando o projeto. Porém as parcerias me parecem bem sérias e não acredito que instituições como a UFMG entrariam em uma "barca". Belo Horizonte, que domingo "comemorou" o fim do Bar Brasil, acabou de fechar o "Music Hall", tem agora um local para mostrar que mais importante que ter boa comida, mulheres bonitas ou muito minério de ferro é divulgar a cultura e conhecimento de nosso povo, de nossa cidade.

Nos vemos domingo!

(Rafael Horta)


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Segue matéria do jornal Estado de Minas (retirada do portal UAI) falando um pouco mais sobre esse novo espaço cultural de BH.
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Domingo vai ser dia de festa na Praça da Liberdade. Será inaugurado o Espaço Tim UFMG do Conhecimento, na antiga sede da reitoria da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), a primeira a sofrer transformação para integrar o Circuito Cultural da Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul da capital. Apesar de aberto ao público somente na terça-feira, uma grande festa para brindar o novo espaço está sendo preparada para domingo. A partir das 14h, na praça, haverá exposições científicas e, às 18h30, show de Milton Nascimento e Lô Borges, com Fernanda Takai, Rogério Flausino, Wagner Tiso, Marina Machado e Telo Borges.

Arte, ciência e história também têm destino certo em outros cinco prédios históricos, que abrigavam órgãos estaduais. As mudanças, com apoio da iniciativa privada, foram divulgadas em março de 2005, mas até a semana que vem o
governo do estado deve anunciar qual será o futuro de mais quatro imóveis.

Na segunda-feira, dando sequência às inaugurações, o Museu das Minas e do Metal abre suas portas. Ele ocupará a ex-sede da Secretaria de Estado de Educação e foi construído em parceria com o Grupo EBX, que contribuiu com R$ 20 milhões. O espaço vai abrigar o acervo do Museu de Mineralogia, hoje em funcionamento no prédio conhecido como Rainha da Sucata, também na Praça da Liberdade, além de peças e documentos que ajudam a contar a história da exploração do ouro e de minerais no estado, em espaços interativos com imagens cenográficas.

Um único dia de visita ao Espaço Tim UFMG do Conhecimento será insuficiente para desvendar os segredos da
astronomia e da evolução da vida humana. Os cincos andares do centro – construído em parceria entre a empresa Tim, que investiu R$ 13,6 milhões, e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que elaborou a exposição – devem receber cerca de 100 mil visitantes. E a capital vai ficar mais perto do céu: no 5º andar, um planetário – uma espécie de cinema de 180 graus, com imagens digitais e tridimensionais de estrelas, planetas e fenômenos astronômicos – e telescópios de última geração vão aproximar o público dos mistérios do universo.

Os 2º, 3º e 4º andares serão espaços para mostras temporárias e experimentos interativos com temas ligados às ciências, às artes e às tecnologias. Com muita interatividade, alunos e professores de todas as áreas de conhecimento da UFMG elaboraram a exposição de estreia: Demasiado Humano. A origem do universo, o surgimento da espécie humana e o povoamento da Terra, o papel da escrita e ação do homem em relação à biodiversidade são os temas exposição.

Quem provavelmente vai enlouquecer com o espaço é a criançada. “A intenção dessas atrações é despertar a curiosidade de todos para os assuntos retratados. As escolas poderão agendar visitas para os alunos verem o conteúdo da sala de aula de uma maneira diferente”, explica a curadora do espaço, Patrícia Kauark. A Teoria da Evolução vai ser demonstrada em uma mesa sensível ao toque que simula o ambiente em que organismos disputam espaço. Um dos andares é dedicado à relação do homem com o ecossistema. Em um painel giratório, o público perceberá as consequências do consumo irresponsável.

Telefonia


“É como se fosse um supermercado. O cliente escolhe uma geleia e, quando gira o painel, descobre como o consumo desse produto pode prejudicar o meio ambiente”, explica a curadora. Aprender a importância da coleta seletiva também é motivo para as crianças brincarem: em um tapete computacional sensível às pisadas, o visitante passeia pela cidade recolhendo o lixo. Quem pegar mais ganha o jogo. Outro destaque é o crânio de um homem que viveu em Minas Gerais há mais de 11 mil anos. Ele seria integrante dos primeiros grupos humanos caçadores-coletores do estado e companheiro da jovem Luzia (cujo esqueleto é considerado o fóssil humano mais antigo das Américas), achado na região de Lagoa Santa, na Grande BH. No primeiro andar, há o Espaço Tim em que os visitantes vão conhecer um pouco da história da telefonia celular.

A reforma e restauração dos prédios que integram o circuito cultural, a maioria em estilo neoclássico e construídos nas décadas finais do século 19 e no início do século passado, estão orçadas em R$ 90 milhões. Cerca de 95% dos investimentos são de empresas privadas e o restante, do governo estadual."

FONTE: http://www.uai.com.br/htmls/app/noticia173/2010/03/18/noticia_minas,i=151992/CIRCUITO+CULTURAL+DA+PRACA+DA+LIBERDADE+INAUGURA+ESPACOS+DE+LAZER+EM+BH.shtml

quarta-feira, 17 de março de 2010

Saudade do que não vi.

Peguei aquela foto antiga do Pelé. Não sei ao certo o jogo e muito menos o ano da foto, mas o rei estava vestido com a camisa da Seleção e preparava-se para mais um voleio.

Parei no tempo junto com a foto, tentei entender o que se passava no mundo naquele momento, as situações sociais, políticas, as angústias da população que via desfilar um rei pelo gramado e, mesmo que só por aqueles minutos, se esqueciam de seus problemas e aflições.

Olhei aquele repórter atrás do gol, com cara de espanto, como mais um sujeito impressionado com as artimanhas de Pelé. Como deve ter sido bom ver esse sujeito jogar - pensei, com inveja.

Percebi que próximo a outros jornalistas havia uma criança, isso mesmo, um menino de uns 12 anos, com as duas mãos no rosto, como quem vai pela primeira vez num parque de diversões e se encanta com os brinquedos, seus tamanhos e suas cores. Mas, esses objetos de diversão estão sintetizados num homem (homem ou extraterrestre?). A criança está batizada, aquele rosto amparado pelas mãos é o resultado do encanto, de quem presenciou um conto de fadas sendo narrado na sua frente, ao vivo.

Imaginei esse menino, lá pelos anos 1960, chegando em casa e contando sobre o jogo para os parentes e amigos. Imaginei o exagero real, as invenções de qualquer criança sendo contadas com um aumento justificado por mais uma exibição de gala de Pelé. Desejei ser aquele menino, trocaria muitos objetos pessoais com ele para estar naquele jogo, faríamos um acordo que ultrapassa o tempo real, escreveria uma história encantadoramente vivida por mim. Mas, infelizmente, não tenho esse poder. Só me resta criar a sequência daquela jogada e daquele jogo.

...Foi um belo jogo, uma goleada brasileira pra cima do adversário, com dois gols de Pelé - sendo um de voleio. E eu estava lá, atrás do gol, presenciando cada movimento do maior jogador de todos os tempos. Agora posso contar, estive lá. Sou testemunha dos lances, dos gols, dos dribles...

Pronto, estou realizado, espalharei para os amigos que se escondem nesse blog mais essa aventura vivida no mundo concreto da minha mente. Que jogo, que noite, que atuação do Pelé! Se vocês vissem o tanto que nossa Seleção jogou.... Aí que saudade do que não vivi!

terça-feira, 9 de março de 2010

No embalo do Chico.

Estava aqui sem muitos afazeres e comecei a procurar umas músicas do Chico Buarque. Só que - até para variar um pouco - troquei a sonoridade das músicas pelas letras mudas, secas e poéticas. Isso mesmo, minha busca foi sem áudio, da forma mais simples e mais completa de se fazer poesia. Li algumas músicas sem tentar associar com suas melodias. E, para minha (ingênua) surpresa, pude constatar mais uma vez, quanto esse Chico Buarque é talentoso, certeiro, poeta.

Comecei com a músicas "O Velho", uma poesia que lá pelas tantas nos diz:
"O velho vai-se agora
Vai-se embora
Sem bagagem
Não sabe pra que veio
Foi passeio
Foi passagem".

Esse velho que de tanto ir-se indo, acabou partindo e deixando a poesia na voz de quem podia. Viva Chico! E mais, continuo em busca de outras dessas pérolas e encontro logo aqui a música "Linha de Montagem", onde o poeta brinca com os momentos de folga dos operários:
"As cabeças levantadas
Máquinas paradas
Dia de pescar
Pois quem toca o trem pra frente
Também de repente
Pode o trem parar".

E esse operário, descansado e pronto para a batalha do dia-a-dia também se fortalece na labuta, como em "Construção":
"Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina".

E, tijolo pós tijolo, Chico vai me encantando ainda mais, numa espécie de admiração edificante, principalmente quando cria poesias como em "Eu quero Um Samba":
"Essa moça tá decidida
A se pós, pós-modernizar
Ela só samba escondida
Que é pra ninguém reparar".

E essa moça, de brilho único e samba apaixonante não cansa de aparecer em suas músicas. Aqui e ali ela dá o ar da graça e nos faz encantar. É o caso de "Divina Dama":
"Tudo acabado e o baile encerrado
Atordoado fiquei
Eu dancei com você, divina dama
Com o coração queimando em chama".

Cansado, não; surpreso, sim. Mas agora, caros amigos, vocês me dão licença que preciso ouvir essas canções. Elas já falaram sem ser ouvidas, mas meu sentido mais curioso precisa ser presenteado. Vou-me ao encontro dessas músicas. Saio de cena das letras para ser presenteado pelo som. Convido-os a me acompanhar. Vamos?

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Homenagem - tio Assis.

As cortinas se fecham no campo da inspiração e do incentivo desse blog. Aquele que mais deu força e mostrou satisfação em ler essas linhas não está mais entre nós. É nesse difícil momento de despedida que esperei as palavras se manifestarem para prestar uma homenagem mais do que merecida.

Assis era tio, professor e verdadeiro admirador da literatura e do fantástico mundo das letras. Agora que o céu - azul celeste como seu Cruzeiro - recebe esse novo integrante, nós, aqui da Terra e simples seres escondidos nesse blog paramos para dizer um adeus dolorido, mas aguerrido como Assis, que bradou lutas louváveis pela vida, sendo um vitorioso mesmo em seu momento de sair de cena.

Escrever essas linhas sem emoção é impossível. Mãos, músculos e mente - todos trêmulos - são inevitavelmente reflexos dessa perda. Fiquei refletindo por esses dias qual seria a graça de manter o ESCONDIDIN tendo a certeza que não teria o comentário do tio Assis nos textos. Fiz ponderações, pensei em encerrar o blog, mas resolvi, enfim, que irei continuar escrevendo nesse espaço - até o momento que achar necessário ou que achar que ainda tenho gás.

Não mudarei meu foco de inspiração. Sei que não receberei os ansiosos comentários do tio Assis pedindo a continuação da história, ou cobrando um texto novo devido ao espaçado tempo sem publicações. Mas agora escreverei guiado por aquela estrela que surgiu no céu. Vejo-a nesse momento enquanto escrevo. Ela brilha, ela é nova e parece torcer de fato por cada letra que sai desses dedos inquietos.

Agora a estrela, azul como seu coração, tio, servirá de guia para os meus passos, para minha permanência nesse meio das palavras. Cada ponto final, cada encerramento de um texto terá uma dedicatória implícita a você. Seremos confidentes e companheiros das linhas que vão nascendo impensadas, das histórias que vão surgindo em cada dia.

O caminhar dos dias sempre será acompanhado por um vazio difícil de se superar. Mas esse vazio, cruel e inevitável, será suprido por essa certeza da bênção, do sorriso mineiro de quem não precisa dizer para mostrar que aprovou.

Um dia você falou: “Escreve mais que está interessante“. Hoje eu respondo, tio: “Escrevo sim, com sua companhia e sua bênção aí do céu”.

Pessoas pelo mundo que passaram por aqui:

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