A gente já sente as marcas desse mundo virtual nos rodear o tempo todo. Conforme-se, meu veio, se conforme com esse imediatismo rotineiro... Faço esse mantra pra mim mesmo porque sou um dos mortais ligado demais aos aparelhos tecnológicos prestes a trazer uma nova mensagem, à mão para saber as notícias dos amigos, a vida de pessoas que de diversas formas cruzam essa nossa passagem no mundo.
Mas umas particularidades me incomodam mais nesse frio mundo virtual: Percebo a multiplicação da carência das pessoas, a escorrer pelas telas do computador. Será um sinal mesmo desse momento que vivemos, onde a ausência(física)/presença(o tempo todo virtualmente) dos que nos cercam se acentuam cada vez mais? Ou será o mero fato de possuir um mecanismo capaz de dizer ao mundo o que se está fazendo, de compartilhar os momentos de felicidade, de angústia, a comida que se come,...? Sei lá.
Dessa insana constatação, uma me diverte (talvez até um pouco cruel, mas é esse o sentimento: diversão), em particular: Como tem gente achando que existem muitos invejosos de plantão de olho em suas vidas!? É muito interessante esse fenômeno. As vezes fico pensando que perdi alguma parte da festa, parece que meus conhecidos se tornaram famosos e eu nem percebi, tamanha preocupação com os "olhares gordos" em suas direções. Doce mundo virtual!
Viver o momento do "chuta as invejosas" não é caminhar num mar de rosas. Acredito que ainda estamos tateando essa convivência com essas novidades, essas máquinas nos acompanhando 24 horas. Chegaremos num meio termo, sem abrir mão das facilidades que elas oferecem, mas, ao mesmo tempo, tendo noção de usar nos momentos adequados. Será?
E o que dizer do "pau de selfie"? Uma jogada de mestre do inventor, bato palmas, e não descarto um objeto desses, é uma ótima ferramenta para tirar fotos com todos os amigos reunidos, sem deixar de fora o sujeito do click. As vendas do PDS dispararam no verão, virou uma febre brasileira, um retrato mais fiel desse mundo virtual. As fotos agora são tiradas de fora pra dentro, para registrar a gente, sempre a gente. Redescobrimos o umbigo e temo que o centro da Terra se encaminhe para essa parte do corpo um tanto quanto.... esquisita.
Me incomoda, muita coisa me incomoda...
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