Pages

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Mundo virtual X Mundo real.

Vejo o orkut como uma ferramenta de grandes proporções entre os brasileiros. O que acontece ali é imediatamente espalhado pelos pares, numa velocidade impressionante. Por outro lado, vejo esse mesmo meio como uma forma desesperada de ser percebido pela sociedade. Explico: As constantes atualizações, as inúmeras ferramentas que fomentam o atual momento da pessoa - em relação a relacionamento, trabalho, sentimento do dia, fotos em eventos - são para mim como um grito, como um acenar de mãos acompanhado de: “Ei todos que fazem parte da minha rede, vejam, não estou mais casado, ou não estou mais trabalhando naquela empresa, ou, fui para Cabo Frio no carnaval, ou ainda, vejam minhas novas comunidades, leiam as entrelinhas e perceberão o que estou sentindo e querendo da vida". Curioso isso, porque é através dessas comunidades que as pessoas esperam ser entendidas - lidas - pelas demais.

Quando se vai a algum evento de grandes proporções, como numa corrida de fórmula 1 por exemplo, o sujeito chega em casa e já procura a comunidade: “Fórmula 1 no Brasil, eu fui!”. Quando a pessoa se interessa por outra, mas não quer ser direta nem indiscreta, procura logo uma daquelas comunidades: “O que tem que ser meu, será meu”. Todos os amigos da rede olham aquela comunidade e podem não entender nada, mas o recado foi dado e, claro, só pode ser para uma pessoa daquele ciclo social.

É interessante essa construção de laços virtuais. Mantemos nossa vida real paralela a esse mundo da internet. Só que, e a real importância desse mundo on-line? Que tipo de relação se é construída de fato nesse universo? Elas substituem os reais encontros, as histórias da relações entre as pessoas? E as durezas e as dificuldades da vida, podem ser resolvidas nesse universo sem profundidade da internet?

Eu tenho minha resposta para essas perguntas. Acredito que longe da máquina, nas ruas e nas relações interpessoais, o desafio é muito maior. Não há muito espaço para relacionamentos com o mínimo de interligação, não se tem como “deletar” um problema desligando o computador ou bloqueando alguém de sua rede. Os problemas no mundo real são obrigatoriamente encarados de frente (querendo ou não), cada um a sua maneira. Por outro lado, as alegrias, as demonstrações de amizade e de amor são muito mais genuínas no plano real do que os formados pelos fios dos pcs. O sorriso de um grande amor, uma declaração de carinho, amizade ou confiança, valem muito mais do que fotos, textos pré-moldados, conversas superficiais e um apelo virtual do tipo: "Vejam como está minha vida, vejam minhas fotos, vejam minhas comunidades, desvendam meus pensamentos..."

Posso estar nadando contra a corrente dos jovens de hoje, mas prefiro remar sozinho para um lado que acredito do que fazer parte de um universo preestabelecido, onde tudo e todos parecem repetir gestos e atitudes, como um rebanho muito bem treinado.

E você, o que acha disso tudo? Deixe sua opinião?!

1 comentários:

Carol disse...

O mais engraçado é que ao sermos sugados por "este mundo" não nos damos conta que, mesmo querendo ser nós mesmos, só conseguimos mostrar que estamos apenas repetindo...

Pessoas pelo mundo que passaram por aqui:

Total de visualizações de página

Facebook