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segunda-feira, 5 de julho de 2010

De plástico ou de verdade?

As vezes me sinto empoeirado, como uma planta de plástico invisível na mesa de jantar. Preciso me transformar em natureza verdadeira, receber água que garantirá a vida, ganhar cor, respirar ares de um novo viver.

A vida da planta é curta, um rápido tiro de conseqüências belas. Afinal, de que adianta viver muito se num breve existir ela exala perfume e inspira amores?! Prefere manter-se breve, mas intensa.

Plastificá-la significaria eternizá-la na mediocridade, transformá-la num infinito sem vida nem cheiro, ela não escolheria esse caminho.

Nesse mesmo devaneio, me questiono sobre esse louco dia-a-dia que nos metemos. Enlouquecemos na rotina enfadonha, tudo em nome de alguns reais que garantirão a sobrevivência. Somamos dívidas, somamos bens, sonhamos com luxos imaginativamente perfeitos. Mas esquecemos de momentos fundamentais: Assim como as plantas, precisamos criar raízes para sobreviver por mais tempo, para nos solidificar no terreno que pisamos, nas relações que mantemos e até nos sonhos que sonhamos.

Só que a raiz não fica visível. Apesar de fundamental, ela está enterrada, colocada sob a terra, escondida dos olhos dos outros. Assim é nossa vida, devemos nos preocupar com o que vai além do olho alheio, além do julgamento pela aparência física, que um dia envelhecerá e será só marca do tempo. O mais importante, ou melhor, o mais substancial está enraizado, invisível aos  olhos. Mas essa invisibilidade é o que define nossos valores, é a nossa impressão digital, o que nos encanta e nos faz ser motivo de encanto pelos outros.

Admirar alguém, ou uma planta, por exemplo, é isso. É olhar aquela pessoa e perceber o que vem além do que os olhos alcançam, é se encantar por uma beleza escondida naquele interior, é não ter uma explicação por  tamanha admiração, mas somente senti-la. Amizade é isso, amor verdadeiro também.

Afinal, quantos sentidos não são aflorados nos momentos em que estamos com a(s) pessoa(s) especial(is)? E, além daquela flor que enfeita o jardim, que recebe fleches de várias máquinas fotográficas, há outra ao lado (conseguem ver?). Essa última é muito menos exuberante, muito mais defeituosa, muito mais simples; mas, para alguns ou para alguém, ela será motivo de encanto, receberá o fleche mais importante e se transformará de um simples adereço de plástico, numa maravilhosa flor inspiradora de um grande buquê.

(Imagem retirada do site: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhluEsyoSjAOSxjkctk6sZ6XxAGVwX4yfqM_XoE47VbJax29jGD4gSR0PYvDIJPYkZ_1PatiKn0i1Ehs5CFxTshq_55g0ov9pZA78Mfu6sfGn2GpSCzB3FfbvYWF2RIeLwjT-OPbYzj0txJ/s400/flor+voa.jpg)

12 comentários:

Murilo ZD disse...

vivamos a vida intensamente o amanhã é incerto .. antes uma vida curta e bem aproveitada do que uma eternidade de mágoa

Pobre esponja disse...

Flores de plástico são a invenção mais antagônica da humanidade. Só falta inventar agora abelha robotizada, lol!

abç
Pobre Esponja

Alice Daniel disse...

Prefere manter-se breve, mas intensa. Essa frase diz tudo do que devemos ser no amor.
Lindo texto.

Poseidon disse...

Pior que flor de plástico nem é eternizar algo belo né... É fazer uma copia mal feita e bagaceira de algo bonito...

Tem certas coisas que devem ser sublimes, que precisam ser passageiras, naturais, mortais, findáveis... Uma imitação, em teoria, eterna de algo assim nunca vai se aproximar do original.

Nunca que o plástico vai substituir a flor, que o falso substitui o verdadeiro... As vezes pode dar trabalho cuidar das coisas reais, mas sempre vale mais a pena do que recorrer à imitação, e não me refiro só a flores!

Emilio Lanna disse...

Moleque,
que texto!
Feliz por voltar a ser seu amigo menos virtual do que nos ultimos meses!

Belas comparações, belo texto!
Tu faz parte da raiz de muita gente. Um dos principais ramos da minha!
Grande abraço!

Wellington disse...

Você tem toda razão! Não liga se alguém não te entender, seja você mesmo! Ouça apenas as palavras de quem te respeita. A vida é breve, curta intensamente! =D
Ótima sua postagem!

Abraços!

neowellblog.wordpress.com

Érico Pena disse...

Vc pode ser o quê vc quiser, contanto que seja feliz sendo o q escolher e da forma q bem entender! como vc mesmo disse, a vida é curta e por isso devemos vive-la em td a sua plenetude! grande abraço

Vaunei Guimarães disse...

gostei...manerooo...c dpois c kise: http://vauneiguimaraes.blogspot.com/

Rubem disse...

Olá Carlinhos.
Faço das palavras da Alice Daniel as minhas palavras. A frase é ótima.Efêmero e belo.
www.terapiadecutuvelo.blogspot.com

Bruna Fernanda disse...

Que texto legal,eu realmente gostei!!

se puder,depois passa lá
http://imodelblog.blogspot.com/

bjos e sucesso

Franciele Valadão disse...

Que lindo! "Prefere manter-se breve, mas intensa." Acho que a vida tem que ser assim. Breve e intensa, amei de verdade!

Talles Azigon disse...

é que a vida como diria Carlos, a vida não presta

ah estou concorrendo na final do VI eu tenho um blog na categoria literatura com o blog tallesazigon.blogspot, se você gostar do blog vai lá na comu Eu tenho um blog e vote na gente. abraços

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