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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Esse povo que só sabe reclamar de quem reclama.

E os caras não param de reclamar!

Exclamação para enfatizar, marcar uma conclusão impaciente, de quem já viveu muito e não consegue mais entender por que as pessoas reclamam tanto da vida. O pouco cabelo contrastando com os vastos que saiam da orelha são mostras que vaidade é coisa para jovens, pra quem perde tempo com essas bobagens... Uma descrição fiel seria um equívoco, deixo vocês com as pistas desse velho senhor que por uma fração de segundos cruzou meu caminho esses dias na rua. E como reclamava....

Entrei numa paranoia de tentar entender como uma pessoa que reclama tanto da vida (em tão poucos segundos), pode reclamar das pessoas que reclamam?! Eu sei, confuso, desculpa, mas foi isso. Segui meu caminho fazendo promessas aos céus que quando envelhecer não terei azedume desse nível nas veias.

Ainda podia ouvir a voz alta do velho senhor enquanto eu atravessava a avenida. Como reclamava de quem reclama... Achei graça. Fui percebido pelos outros, me senti culpado: não podia rir da situação daquele homem? Está certo, o mundo anda muito sério.

Voltei para dentro da timidez que protege e senti pena dele. Vai saber o que ele passa ou passou para estar reclamando tanto por aí (de quem reclama)?! É, vai saber... Resolvi não sentir nada mais. Ajustei os ombros, estava chegando em casa, o barulho atordoante da minha rua me desconectou. Entrei no elevador com a vizinha mal educada do 10º andar, fui ouvindo os lamentos rotineiros até a porta se abrir e eu ser salvo; desci, tive pena daquela caixa entediante que sobe e desce o dia todo. 

Cansei de pensar e entrei em casa reclamando para as paredes desse mundo louco que faço parte. Minha pimenta já mais morta do que viva (apesar de estar apenas uma semana comigo) nem me dava ouvidos... Fui para o banho reclamando desse povo que só sabe reclamar de quem reclama.

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