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quarta-feira, 26 de março de 2008

Tortura.

Por si só é uma palavra que nos dá arrepio. Nos leva a história recente do país, um período onde diversas pessoas sentiram na pele essa dor. Mas a tortura é muito atual, está presente não somente nos presídios e nas delegacias espalhadas pelo Brasil. Ela está dentro das casas, na relação patrão-funcionário (como no famoso caso da dona de casa, em Goiânia).

Segundo o dicionário Houaiss, tortura significa uma "dor violenta que se inflige a alguém; suplício".

Esse tipo de sofrimento nos remete a fatos do dia-a-dia. Guardado o exagero de minha parte, nos torturamos com atos de pessoas próximas e de nós mesmos. Uma simples espera pode se tornar uma tortura. Um assunto infindável também transforma o humor e a paz de um indivíduo.

Falo desse tema, em particular, para fazer uma analogia com os fatos que nos são impostos pelos meios de comunicação. Todos os dias somos bombardeados com notícias, fatos e eventos exaltantes. Você pode argumentar que o que eu leio e vejo, é o que escolho, mas será mesmo?

Acordo e busco as notícias do dia na internet. Abro um portal de um jornal e o que encontro na primeira página, em grande destaque? "Marcelo foi eliminado do BBB!" Nossa, eu nem vejo o programa, mas sei tudo que acontece.

Tudo bem, continuo minha busca por notícias de verdade. Logo embaixo da foto do ex-BBB está em letras garrafais: "Belo volta para a cadeia!" Imagino: pronto, nem encontrei ainda o link para ler a matéria desejada, mas já tenho dois assuntos extremamente desnecessários para mim, que nada me acrescentam.

Logo me pergunto: Serei eu um camarada muito velho (apesar dos meus vinte e poucos anos!), ou está tudo virado do avesso? Não é possível que seja tão normal discutirmos a rotina do Big Brother, como se aquele programa fosse a coisa mais normal do mundo!? O que se aprende vendo o BBB? Queria uma resposta! Talvez seja eu quem não entenda o que está acontecendo! Acho que nem como entretenimento ele serve, pois não faz o menor sentido você buscar diversão vendo pessoas escovando os dentes, ou depilando, ou brigando, ou chorado (num teatro forçado!), etc. Mas, continuo achando que talvez eu que não entenda os fenômenos reality shows. Deve ser isso!

E o título: "Belo volta para a cadeia?" A gente fica pensando e ponderando que realmente ele tem que pagar o erro que cometeu e tudo mais... Mas, além desse fator que liga um artista com uma questão delicada, no caso as drogas e o envolvimento com o tráfico; o que me impressiona é que não são essas as abordagens que são feitas nessas matérias. Acaba que você lê a notícia sobre o Belo, fica sabendo quem é a namorada que vai visitá-lo, que show ele tem que desmarcar por causa dessa volta repentina, qual foi a reação dos fãs ao saberem da volta do cantor à cadeia,... No entanto, o serne principal da notícia você nem lembra: A questão da pena do cantor, como e quando ele foi acusado, se ele se diz inocente ou não, como foi esse período que ele esteve longe da cadeia; entre outras questões que poderiam, de fato, ser interessantes e pertinentes. Mas não, o que interessa é a fofoca, pura e simples. FOFOCA!

Em meio a todos esses questionamentos, eu não li a notícia que originou minha navegada na rede. Só que essas minhas indagações servem como uma reflexão: para ver se sou eu que tenho que mudar, ou são as coisas do mundo - particularmente o Brasil - que precisam ser repensadas?

Eu tenho total convicção que preciso melhorar em diversas situações em relação a vários fatos.

De qualquer forma - até que alguém me prove o contrário - continuarei achando um desperdício de tempo e de conteúdo esse exagero da mídia e de seus seguidores com tamanha atenção a fatos irelevantes socialmente.

Tenho até medo de me colocar no paredão contra essa tendência do glamour e do sucesso. Seria presa fácil!

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