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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Releitura: "Meu pátio, minha história".

Continuando nas 'comemorações' dos três anos do ESCONDIDIN, hoje publico um texto "escondido" nesse espaço no dia 03 de setembro de 2009. Espero que gostem dessa releitura e deixem seus comentários. Qualquer hora volto com texto inédito.

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Os carros enfileirados são como lembranças do passado. Cada modelo é o representante de um tempo e suas histórias, sua data de fabricação é seu número de identidade. Aquele lá, o FUSCA marrom é o mais velho de todos, remete-se ao tempo da ditadura. Veja como em sua lataria e nos detalhes o tempo foi cruel, como sofreu o coitado...

Olhando mais adiante, encontramos uma velha relíquia, aquele MONZA VERMELHO com fita verde e amarela amarrada na antena. Ele, apesar da idade, transborda jovialidade e não se cansa de repetir, através do ronco do seu motor, que fez parte do movimento das DIRETAS!

A história vai mudando o design dos veículo. Eles ganham em tecnologia e em modernidades diversas. Vejam o ar esportivo daquele ESCORT XR3-amarelo-conversível, todo exibido ali em cima. Teve que modificar o motor depois de ficar “sem voz” de tanto repetir em alto e bom som: “É Tetraaaa....”, em 1994. Mas não há arrependimento, há 24 anos o Brasil não ganhava uma Copa do Mundo.

Mas os anos pós-Tetra parecem passar - covardemente - mais rápido. Mal pude curtir a primeira geração do GOL-BOLA e os filhos, netos e bisnetos desse sucesso de vendas já rodam modernos e fogosos pelas ruas. Só que meu pátio imaginário continua cheio de relíquias apossadas por mim nesse meu poder de sonho. Ainda há TEMPRAS, de um luxo definidor que marcou época; CORSAS e sua capacidade de manter-se na ativa; HONDAS, mais que luxo e rompedor de um passado pacífico para um presente avassalador.

Todos esse veículos, e suas respectivas épocas, são apenas uma construção histórica do período em que nasci, que acompanhei de fato os fatos, e que perdura até hoje, com toda essa vida agitada - que mal cabe em 24 horas.

Esse luxuoso (mais de lembranças pessoais que em valores) pátio não existe de verdade, não possuo esse poder financeiro de colecionar ícones de épocas que retrataram momentos marcantes. No entanto, em minha memória, cada peça desse museu tem valor inegociável. São relíquias que me formaram e me formam, tendo como único preço o tempo, que cobra caro e passa sem piedade.

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