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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Releitura: "Precisamos Falar SObre Kevin".

Em janeiro de 2011 (ontem) o Escondidin fez três anos de vida. Depois de muitos textos, muitas reflexões e muito bate-papo com os amigos que aqui se escondem, resolvi republicar alguns textos que marcaram essa curta tragetória do simpático blog. Continuarei escrevendo texto inéditos, mas vez por outra vocês irão se deparar com textos que já fazem parte do universo Escondido. Boa (re)leitura e espero que gostem.

Hoje vamos recontar a história de um livro que me chamou muita atenção, Precisamos Falar Sobre o Kevin, publicado nesse blog no dia 31 de janeiro de 2008.

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Sinceramente, acho que nunca li um livro tão instigante, cheio de fatos que arrepiam, que surpreendem, principalmente por se tratar de uma história que de fato aconteceu.

Sei que coisas assustadoras acontecem toda hora ao redor do mundo, mas certas notícias (mesmo quando se tornam corriqueiras) não saem da nossa cabeça.

Este livro trata, basicamente, de um relato de uma mãe, Eva, que se vê acabada depois de seu filho, Kevin Khatchadourian ter entrado na escola e matado nove pessoas. É de arrepiar como esse livro é agudo. Cada página parece tirar uma máscara hipócrita da sociedade, que sempre tem respostas prontas para qualquer fato.

"Precisamos Falar Sobre o Kevin” difere justamente nisso, o relato dessa mãe atônita não se caracteriza por ser politicamente correto, com frases feitas sobre problemas familiares. Eva fala de toda sua apreensão como mãe, desde o momento que o filho nasce, sua insegurança, suas dúvidas, como a de vocação por ser mãe. Mais do que isso, ela rebate a tão divulgada “depressão pós-parto”. Não que ela não acredite que esse tipo de depressão atinja algumas mulheres logo após terem seus filhos, mas não a ela. A falta de entrosamento (se essa é a palavra mais adequada) entre ela e seu filho fica nítida desde o primeiro contato, naquele momento que o médico encosta a criança no peito da mãe, logo depois do nascimento. Nem ela, nem o bebê pareciam querer estar ali.

Se passam 16 anos até Kevin entrar para história como um dos adolescentes americanos que resolvem eliminar todos os que o deixam constrangido, o incomodam. Mas o que leva esse jovem a fazer isso, mesmo sendo de uma família privilegiada, com uma bela casa, com estrutura educacional? Justamente essa é a pergunta que Eva se faz em todo livro!

Os capítulos são divididos em cartas escritas pela mãe ao pai ausente. São história surpreendentes - a maioria triste, é verdade - com um belo trabalho de introspecção, uma busca constante de entender aonde ela, como mãe, tem culpa pelas mortes cometidas pelo filho.

Impossível não falar desse livro sem adjetivá-lo, sem deixar de contar detalhes de uma vida tão trágica. Alternamos momentos de comunhão com a mãe de Kevin, onde partilhamos todo seu sofrimento, imaginando tudo que ela passou depois daquele dia trágico; ao mesmo tempo, impossível não deixar de ver suas responsabilidades na criação dessa criança e nas mortes, indiretamente.

Quanto ao Kevin, bem, quanto a esse jovem, é impressionante como sua personalidade se formou tão cedo, como, mesmo ainda criança, não se importava com brincadeiras e divertimentos infantis; parecendo, na verdade, que já antevia seu futuro sem futuro.

Mesmo já tendo terminado de ler o livro há duas semanas, não paro de relê-lo mentalmente. As situações vão passando em minha mente, como um filme inesquecível. A crueldade do ser humano fica muito mais latente quando se conhece o que se tem por trás, o que forma essa mente tão misteriosa.

Perceberão que, apesar de tudo, uma mãe nunca deixa de amar o seu filho.

Recomendo este livro!

1 comentários:

Anônimo disse...

Olá, Carlinhos!
Navegando na net achei teu Escondidin e li sobre o livro Precisamos falar sobre Kevin, que aliás, também li e fiquei remoendo por um bom tempo. Nesta quinta-feira (07/04) vejo na tv a noticia do massacre numa escola do Rio de Janeiro e fico me perguntando: o que há com os jovens???? Por que tantas tragédias desse tipo??? Acho que já passou da hora do governo brasileiro acordar e rever as leis, principalmente em relação às armas e ao Código Penal.
Abraços, Rosana.

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