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segunda-feira, 26 de abril de 2010

"Há Momentos".

Abrindo alas para Clarice Lispector... Vejam que belo texto:

Há momentos

“Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar esta pessoa de nossos sonhos e abraçá-la. Sonhe com aquilo que você quiser. Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida e nela só se tem uma chance de fazer aquilo que se quer. Tenha felicidade bastante para fazê-la doce. Dificuldades para fazê-la forte. Tristeza para fazê-la humana. E esperança suficiente para fazê-la feliz. As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas. Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos. A felicidade aparece para aqueles que choram. Para aqueles que se machucam. Para aqueles que buscam e tentam sempre. E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas. O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido. Você só terá sucesso na vida quando perdoar os erros e as decepções do passado. A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade. A vida não é de se brincar porque um belo dia se morre".

Bela reflexão, não?


(Texto retirado do blog da Grabiella: http://gabriella-beth-invitti.blogspot.com/)

terça-feira, 9 de março de 2010

No embalo do Chico.

Estava aqui sem muitos afazeres e comecei a procurar umas músicas do Chico Buarque. Só que - até para variar um pouco - troquei a sonoridade das músicas pelas letras mudas, secas e poéticas. Isso mesmo, minha busca foi sem áudio, da forma mais simples e mais completa de se fazer poesia. Li algumas músicas sem tentar associar com suas melodias. E, para minha (ingênua) surpresa, pude constatar mais uma vez, quanto esse Chico Buarque é talentoso, certeiro, poeta.

Comecei com a músicas "O Velho", uma poesia que lá pelas tantas nos diz:
"O velho vai-se agora
Vai-se embora
Sem bagagem
Não sabe pra que veio
Foi passeio
Foi passagem".

Esse velho que de tanto ir-se indo, acabou partindo e deixando a poesia na voz de quem podia. Viva Chico! E mais, continuo em busca de outras dessas pérolas e encontro logo aqui a música "Linha de Montagem", onde o poeta brinca com os momentos de folga dos operários:
"As cabeças levantadas
Máquinas paradas
Dia de pescar
Pois quem toca o trem pra frente
Também de repente
Pode o trem parar".

E esse operário, descansado e pronto para a batalha do dia-a-dia também se fortalece na labuta, como em "Construção":
"Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina".

E, tijolo pós tijolo, Chico vai me encantando ainda mais, numa espécie de admiração edificante, principalmente quando cria poesias como em "Eu quero Um Samba":
"Essa moça tá decidida
A se pós, pós-modernizar
Ela só samba escondida
Que é pra ninguém reparar".

E essa moça, de brilho único e samba apaixonante não cansa de aparecer em suas músicas. Aqui e ali ela dá o ar da graça e nos faz encantar. É o caso de "Divina Dama":
"Tudo acabado e o baile encerrado
Atordoado fiquei
Eu dancei com você, divina dama
Com o coração queimando em chama".

Cansado, não; surpreso, sim. Mas agora, caros amigos, vocês me dão licença que preciso ouvir essas canções. Elas já falaram sem ser ouvidas, mas meu sentido mais curioso precisa ser presenteado. Vou-me ao encontro dessas músicas. Saio de cena das letras para ser presenteado pelo som. Convido-os a me acompanhar. Vamos?

sexta-feira, 24 de julho de 2009

"Quem nunca comeu melado, quando come se lambuza".

Esse velho ditado aí do título do texto que, pelo que parece, vem lá da época dos escravos, cai como uma luva numa situação que ocorre aqui em Teresópolis-Rj. A cidade está em meio a mais uma edição do Festival de Inverno, organizado pelo Sesc. São diversos eventos culturais interessantes, desde oficinas e shows musicais a peças de teatros de sucesso, como "Z.É. Zenas Improvisadas". O outro lado dessa ótima notícia para os moradores e turistas é a dificuldade em se conseguir um ingresso para acompanhar um dos eventos, já que as entradas são gratuitas e são distribuídas na porta do Sesc.

A crítica do blog não vai diretamente para o Sesc nem para os envolvidos nessa empreitada. Eles merecem, na verdade, aplausos por colocarem a disposição da população diversos espetáculos que suprem a carência cultural dos teresopolitanos. A crítica vai para o abandono que essa população sofre por parte dos seus representantes. Só para vocês terem uma idéia, fui duas vezes me informar sobre eventos que gostaria de participar, mas os ingressos já estavam esgotados, pois, como mesmo disse o segurança do Sesc, "tem gente dormindo na fila para garantir sua entrada". Olhem bem como fica exposta nossa carência cultural! A disputa pelos ingressos chegam a esse ponto: "Dez horas da noite já tem gente na fila para conseguir um ingresso que só começará a ser distribuído na manhã seguinte" - confidenciou-me o segurança. O que explica isso? - martela essa pergunta em minha cabeça desde semana passada.

Acho que agora os governantes (e, porque não, os empresários) não têm mais desculpas para a falta de opção cultural que se apresenta no restante do ano. Com um mínimo de vontade política e, até mesmo, visão comercial, saberiam explorar muito bem esse público em potencial, trazendo durante o ano, outros espetáculos para a cidade. Assim, ganhariam os moradores, os comerciantes, o turismo da cidade e, consequentemente, os políticos. Mas, pergunto: Será que há interesse em investir nessa área, ou é muito melhor manter uma população alienada, sendo agraciada apenas na época das eleições?

O que vocês acham?

Deixem seus comentários.


(Imagem retirada do site: http://brunaantunes.files.wordpress.com/2009/06/teatro.jpg)

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Duelo Universal.

Os tentáculos do poder (dinheiro) não têm limites. Profundo isso? Pode até ser, mas vem acompanhado de uma notícia que acabo de ler na internet, mais especificamente no portal da BBC Brasil (http://www.bbc.co.uk/portuguese/). Os moradores de Londres estão protestando contra os planos da Igreja Universal do Reino de Deus de transformar um cinema histórico daquela cidade em um templo religioso. Isso mesmo, globalizaram a mutação de cinemas em igrejas. Esse fato já tão corriqueiro em terras brasileiras ganha ares universais ao atravessar o Atlântico e fazer por lá o que tanto se faz por aqui. A diferença é que nesses países mais sérios a população protesta quando percebe que uma construção histórica está sendo descaracterizada. Vejam que o referido cinema foi inaugurado em 1887 e já foi palco, inclusive, de shows de bandas do quilate de Beatles, Rolling Stones e The Who. Além disso, era lá que Alfred Hitchcock, ainda menino, freqüentava as salas de cinema. Pouca história esse prédio londrino? Pois bem, desde 2003 o bispo Edir Macedo adquiriu o cinema e luta para conseguir com as autoridades locais a autorização para a abertura de seu templo.

Temos de um lado do ringue a força e poder da igreja Universal, e do outro, a ONG inglesa “McGuffin Film Society", que luta para que a administração regional ofereça à Universal um prédio desocupado ao lado do cinema.

Façam suas apostas e deixem seus comentários.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Museu: Arte e Dinheiro.

Num desses momentos que nos pegamos pensando em coisas que simplesmente surgem em nossa mente - sem nenhuma conexão com o que estamos fazendo no momento - tive uma percepção que gostaria de compartilhar com vocês.

Alguém já parou pra pensar em como que a existência dos museus é um fato curioso, que nem percebemos?

Pois vejamos: Junta-se, num ambiente apropriado, peças, fotos, vestimentas e mais inúmeros objetos possuidores de alguma importância histórica. Afinal, é a partir dessa construção que um determinado fato ou objeto passa a ser digno de sair de um fundo de um casebre, para brilhar como estrela num museu.

É uma transformação feita pelo homem. Nós, seres mortais e conscientes (sic!), determinamos que tal material merece uma proteção e um destaque divinal.

Expomos tudo isso num ambiente propício, simetricamente projetado para dar vida àquelas estrelas e ser percorrido por inúmeras pessoas ávidas em conhecer mais do passado.

Além de toda essa montagem humana, a essas peças são atribuídas altas cifras mercadológicas. É nesse momento que, para esse pobre blogueiro, as coisas começam a se confundir.

Quando um objeto (como um quadro, por exemplo) recebe determinado valor, os holofotes históricos passam a escoltá-lo até que seja vendido e outra peça venha tomar o seu lugar - embaixo das luzes do business (evito essas palavras, mas hoje não tive como escapar!) museológico.

Não tenho dúvidas quanto a associar o valor da peça com seu valor histórico. Essa compra mais cara irá ser capa de revista, receberá destaque nos jornais televisivos e povoará as próximas edições dos livros escolares.

E lá está - caro amigo leitor - mais uma vez o dinheiro e o lucro construindo a história. Enquanto isso, um brilhante quadro está sendo terminado no interior de um país qualquer do mundo. Ele pode até ser o mais lindo de todo os tempos, mas, se não entrar na roda viva do sistema financeira, jamais sairá daquele casebre, onde habita um desconhecido gênio da arte.

Pessoas pelo mundo que passaram por aqui:

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