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terça-feira, 11 de novembro de 2008

Aprendendo a marcar.

A bola rolou num campo encharcado do interior da Espanha. Era um jogo especial para os onze bravos jogadores do modesto time do Cádiz. Eles enfrentavam os galácticos jogadores do Real Madrid, um esquadrão desatualizado - diga-se de passagem, comandado pelo clássico Zidane, passando pela potência do Roberto Carlos, a plástica do inglês David Beckam e terminando na eficiência do um atacante fenomenal: Ronaldo.

O confronto de duas forças tão opostas parecia já definido quanto ao vencedor - ledo engano. O futebol prega peças nos seus seguidores, não há vitória antes do tempo, sempre há espaço para algo novo.

Esse jogo foi acompanhado por mim, não li sobre ele, ninguém me contou. Com vinte minutos do primeiro tempo, Ronaldo já balançara a rede duas vezes - desenhava-se uma goleada.

Mas a braveza dos gestos, feições e forma de jogo (na raça) dos onze do Cádiz, fizeram com que o panorama mudasse. Fim de primeiro tempo e virada no placar: 3X2. Inacreditável, mas o futebol é inimigo de previsões lógicas, adora matar de vergonha com o inesperado.

O Real voltou modificado para a etapa final. Três atacantes, dois armadores e os laterais jogando como verdadeiros pontas. Não demorou muito para o placar ser alterado: oito minutos do segundo tempo e 4X2 para os amarelos do Cádiz.

Os galácticos ficaram atônitos, ainda tiveram um zagueiro expulso antes de tomarem o gol. O técnico, então, jogou para o alto o esquema combinado. Fez figa, benzeu-se, fez as alterações que podia, perdeu a voz e as mãos suavam nervosas.

A bola parecia proibida de tocar no gramado, ela vinha para a defesa do Real e voltava para o ataque, pelo ar, flutuando. Numa dessas loucas idas e vindas da gorducha, a bola sobrou para o atacante Raul que, de olhos fechados, empurrou para o fundo do gol. 4X3 e oito minutos para acabar a batalha.

O cansaço era visível nos vinte e dois jogadores, o olho estatelado denunciava uma tensão contagiante. E o treinador suava... Ameaçou fazer mais uma substituição, mas não era mais possível; ameaçou beber uma água, atender o celular; não era o momento, precisava terminar a peleja.

A placa de três minutos de acréscimo (sempre três!) já havia subido, o rigoroso juiz não parava de consultar o relógio, era o último lance: um escanteio para a equipe merengue. Até o goleiro Casillas foi para a área. Bola levantada, testada, amaciada pela trave e...GOL! Fim de jogo: 4X4.

Quanta emoção, o coração estava a mil. As equipes saíram de campo, desliguei o computador e saí para estudar, buscando na memória o desenho dos oito gols. Estava de volta ao mundo real, tentando aprender com os bravos jogadores a lutar até o fim. No momento certo terei um escanteio a meu favor, e não faltará empenho para empurrar a bola para o gol.

7 comentários:

YagoMurakami disse...

ainda mais que to morando em portugual nem ouvi nada desse jogo xD
abraços!

http://wallnosekai.blogspot.com/

Erich Pontoldio disse...

Que jogo heim ... ?

Anônimo disse...

Pootz... que jogo é esse!!!

Anônimo disse...

Cara, animal esse post...Ronaldo, Zidane, RC, Beckham...foda, esse real era foda...2002 se não me engano, né!?...animal...
Porra, e o Cádiz ainda encrespou pra cima deles...totalmente caótico, imprevisível...isto é o melhor do futebol...realmente, merecia um post...

"Boooua" Carlinhos!

Abraço!

Homenzinho de Barba Mal feita disse...

Para mim esse conto nada tinha a ver com o video game...rs

Muito bom mesmo...



http://hdebarbamalfeita.blogspot.com/

Anônimo disse...

nossa assim fica até facil de qrer saber sobre futebol!

Unknown disse...

O futebol é o unico esporte onde o time que joga melhor nem sempre vence. Por isso é tão apaixonante.

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